11º RI - Regimento Infantaria - Regimento Tiradentes
São João del-Rei - MG
O relato desse evento está no livro “Oitava Companhia, Terceiro Pelotão” de autoria do Ten Agostinho, Cmt do Pelotão, hoje residente em São Paulo. O citado livro conta também sobre o arrombamento, invasão e vistoria de uma casa existente no eixo do Pelotão, pelo “audaz Sgt Castro e seu GC”. O Sgt Castro também foi relacionado pelo Cmt do III Btl na Parte de Combate de 29-XI-944 expedida pelo 11º RI Expedicionário, entre os “bravos e heróis” que se destacaram no ataque.
São João del-Rei - MG
Cap Joaquim de Castro
Ex-Combatente da Segunda Guerra Mundial
Ex-Combatente da Segunda Guerra Mundial
Nasceu em Nova Era, MG em 24 Fevereiro 1920. Filho de família numerosa, viveu sua infância e mocidade na vizinha cidade de Santa Bárbara.
Aos dezoito anos, em São João del-Rei, onde viajara a serviço, alistou-se no 11° Regimento de Infantaria. Naquela OM servia seu tio, Maj Int Francisco Castro, que deu todo apoio à sua escolha da carreira militar. Foi incorporado em 1939 e serviu na CCSv / Sv Aprovisionamento, no Pelotão do Rancho, inclusive depois de ser promovido a Cabo em 1942.
Em 1944, quando o 11º RI foi designado para integrar a Força Expedicionária Brasileira na II Guerra Mundial, se encontrava promovido a 3º Sargento de Infantaria, na 8ª Cia Fzo do III Batalhão. No dia 09 Março 1944, já noivo em São João del-Rei, deslocou-se junto com seu Regimento para os treinamentos preliminares na Capital Federal, Rio de Janeiro, aguardando o embarque para a guerra “em algum lugar do mundo”. Tudo ali era novidade para um mineiro que nunca havia visto o mar e nem tanta abundância de meios e equipamentos, aliada à intensa instrução de combate. O país de destino ainda era uma incógnita, por motivo do sigilo das informações.
Em 22 setembro de 1944 partiu para o Teatro de Operações da Europa com o 11° RI, no 3º Escalão da FEB, embarcado no navio "AP116 General Meigs". Somente no meio da travessia do Atlântico tomou conhecimento que desembarcariam na Itália. Em 06 de outubro, seu Batalhão desembarcou no porto de Nápoles, de onde seguiu para a região dePisa, para o acampamento de San Rossore, no Parque do Rei Vitor Emanuel, para adaptação ao clima e preparação para o combate. Sete semanas depois, em 20 de novembro, foi com a sua OM para a área de instrução do Castelo do Conde Julio, em Filetole, próximo à cidade de Lucca, na Toscana, mais próxima das linhas inimigas. As tropas alemãs recuavam para oeste em direção à Rota 64, que corre de Pistóia para Bolonha, mas se fixavam nos pontos mais elevados do terreno com a finalidade de fechar as estradas e barrar o avanço das tropas aliadas.
Aos dezoito anos, em São João del-Rei, onde viajara a serviço, alistou-se no 11° Regimento de Infantaria. Naquela OM servia seu tio, Maj Int Francisco Castro, que deu todo apoio à sua escolha da carreira militar. Foi incorporado em 1939 e serviu na CCSv / Sv Aprovisionamento, no Pelotão do Rancho, inclusive depois de ser promovido a Cabo em 1942.
Em 1944, quando o 11º RI foi designado para integrar a Força Expedicionária Brasileira na II Guerra Mundial, se encontrava promovido a 3º Sargento de Infantaria, na 8ª Cia Fzo do III Batalhão. No dia 09 Março 1944, já noivo em São João del-Rei, deslocou-se junto com seu Regimento para os treinamentos preliminares na Capital Federal, Rio de Janeiro, aguardando o embarque para a guerra “em algum lugar do mundo”. Tudo ali era novidade para um mineiro que nunca havia visto o mar e nem tanta abundância de meios e equipamentos, aliada à intensa instrução de combate. O país de destino ainda era uma incógnita, por motivo do sigilo das informações.
Em 22 setembro de 1944 partiu para o Teatro de Operações da Europa com o 11° RI, no 3º Escalão da FEB, embarcado no navio "AP116 General Meigs". Somente no meio da travessia do Atlântico tomou conhecimento que desembarcariam na Itália. Em 06 de outubro, seu Batalhão desembarcou no porto de Nápoles, de onde seguiu para a região dePisa, para o acampamento de San Rossore, no Parque do Rei Vitor Emanuel, para adaptação ao clima e preparação para o combate. Sete semanas depois, em 20 de novembro, foi com a sua OM para a área de instrução do Castelo do Conde Julio, em Filetole, próximo à cidade de Lucca, na Toscana, mais próxima das linhas inimigas. As tropas alemãs recuavam para oeste em direção à Rota 64, que corre de Pistóia para Bolonha, mas se fixavam nos pontos mais elevados do terreno com a finalidade de fechar as estradas e barrar o avanço das tropas aliadas.
Vet Joaquim de Castro e sua esposa Dª. Odete Resgalla |
Com uma semana de preparo, em 27 de novembro o III Batalhão, sob o comando do Maj Cândido Alves da Silva, deslocou-se para Sila, para participar do “Batismo de Fogo” do 11º RI Expedicionário no terceiro ataque a Monte Castelo, principal posição fortificada do inimigo na área. Os dois ataques anteriores não tinham logrado sucesso, tanto pela forte resistência dos alemães quanto pela hostilidade do clima gelado e pelo terreno íngreme que não era favorável aos atacantes. Nesse terceiro ataque, o III Batalhão, junto com a Companhia de Obuses, apoiaria o ataque principal feito pelo 1º RI Expedicionário, do Rio de Janeiro, no dia 29 de novembro. A 8ª Companhia, a comando do Cap João Manoel de Faria Filho, era uma das subunidades que primeiro enfrentariam o inimigo, depois da intensa “guerra de nervos” vivida no Brasil, no Atlântico e nas longas semanas na Itália. Disputava em expectativa e vibração com a 9ª Companhia, do Cap Hugo de Andrade Abreu, que posteriormente ficaria famoso como general pára-quedista. Desde as 18h do dia 28, todos já ocupavam suas posições de ataque, “com o mais sadio patriotismo, alevantado moral e os olhos fitos no Brasil” como relataria o Comandante do Batalhão. Na noite da véspera foram intensas as patrulhas de reconhecimento realizadas por aquela “mineirada irrequieta”.
Às 04h do dia 29 de novembro, a 8ª Companhia se deslocou para a linha de partida, de onde saiu às 08h para o ataque de flanco no setor de Abetaia, chamado de “corredor da morte”. O 3º Pelotão, comandado pelo2º Ten Agostinho José Rodrigues, avançava alinhado com os demais, sob o terrível “fogo amarrado” dos tedescos (alemães) entrincheirados, repleto de cercas farpadas, obstáculos, neve e muita lama. Com esse esforço concentrado, a 8ª Companhia atingiu seu objetivo inicial, um ponto cotado a 1 km além da linha de contato. Por causa do insucesso das ações do 1º Batalhão do 1º RI no ataque principal contra uma defesa mais forte, à esquerda do dispositivo de ataque, o Cmt do III Batalhão do 11º RI deu a ordem de retraimento às 7ª e 8ª Companhias. Seus Pelotões acabaram por recuar novamente até a linha de partida, trazendo consigo, do campo de luta, cinco combatentes mortos e vinte e três feridos.
Entre esses últimos, o 3º Sgt Joaquim de Castro, Cmt do 1º Grupo de Combate do 3º Pelotão da 8ª Companhia. Durante o ataque, ao avançar com seu GC, ultrapassava as linhas de trincheiras inimigas “fox holes” consideradas abandonadas. A neve estava acumulada sobre a camuflagem das trincheiras quando, se desviando dos tiros frontais, o Sgt Castro sentiu o chão ceder e caiu dentro de uma delas. De seu interior pulou para fora, em disparada, um “tedesco” que a ocupava e que aproveitou para disparar uma rajada de sua metralhadora de mão (a famigerada “Lurdinha”) tentando eliminar de vez aquele brasileiro atrevido. Nesse ponto, valeu a instrução individual do rolamento para o lado, o que veio a trocar a perda da sua vida pela perda dos ossos de seu pé esquerdo, atingido pelos tiros. Pelo estrago feito, até hoje existe a dúvida se esses tiros não vieram de metralhadora alemã pesada, MG-34 ou MG-45 sobre tripé, que varria a frente dos defensores. Imediatamente foi substituído no comando do GC (Grupo de Combate) pelo seu Cabo Auxiliar e, após o retraimento da subunidade, mandado para o posto de evacuação da Companhia, de onde foi encaminhado para o hospital de campanha do Batalhão de Saúde da 1ª DIE.
Devido à gravidade da fratura e fragmentação do pé esquerdo, com alguma possibilidade de recuperação, foi transportado por via aérea para o Hospital La Garde, em Nova Orleans - Louisiana, nos Estados Unidos onde, após preparação especializada, foi submetido a uma cirurgia de implante de prótese de platina que lhe devolveu os movimentos do pé. Como passou longo tempo em recuperação nos EUA, retornou ao Brasil bem mais tarde que os demais expedicionários. E por este motivo não recebeu as homenagens de boas vindas que o povo brasileiro prestou ao exército vitorioso, no Rio de Janeiro e nas cidades de origem dos pracinhas.
Ao retornar ao 11º RI em São João del-Rei em meados de 1945, foi reformado por incapacidade física permanente devido ao ferimento recebido. Casou-se com a noiva Odete Resgalla no dia 1º de julho, com quem veio a ter oito filhos. Em março de 1947 foi promovido ao posto de 2º Tenente, e a 1º Tenente em abril de 1957. Permaneceu residindo em São João del-Rei até o ano de 1961, quando então se mudou para Belo Horizonte. Em outubro de 1973 foi promovido, para fins de vencimentos, a Capitão. Foi um dos fundadores da Seção Regional de BH da ANVFEB, chegando a fazer parte de sua diretoria. Com o passar do tempo, doou todos seus objetos, fardas, agasalhos, equipamentos individuais, cartões postais, fotografias, documentos e lembranças da guerra aos museus da FEB, tanto de BH quanto de São João del-Rei. Participou de todos os encontros nacionais de veteranos da ANVFEB até o ano de 2004. Como homenagem, recebeu os títulos de Cidadão Honorário de São João del-Rei, de Santa Bárbara e de Pedro Leopoldo, todas em Minas Gerais. Atualmente reside com sua esposa Dª Odete na Avenida Assis Chateaubriand, na esquina em frente à sede da ANVFEB, Seção Regional de Belo Horizonte.
Recebeu, por sua participação na II Guerra Mundial, as seguintes condecorações:
- Medalha Sangue do Brasil, referente ao ferimento no combate do dia 29 Novembro de 1944
- Medalha de Campanha, em 07 Março de 1947
- Medalha de Guerra, em 16 Maio de 1947
- Cruz de Combate de 2ª Classe, em 28 Agosto de 1952
- Medalha Mal Mascarenhas de Moraes (ANVFEB), em 04 Abril de 1974
- Medalha Sangue do Brasil, referente ao ferimento no combate do dia 29 Novembro de 1944
- Medalha de Campanha, em 07 Março de 1947
- Medalha de Guerra, em 16 Maio de 1947
- Cruz de Combate de 2ª Classe, em 28 Agosto de 1952
- Medalha Mal Mascarenhas de Moraes (ANVFEB), em 04 Abril de 1974
O Capitão Joaquim de Castro faleceu em Belo Horizonte em 26 de março de 2009.
FONTE: ANVFEB
Matéria:
Sr. José Augusto de Castro Neto,
Filho do Veterano, Sr. Joaquim de Castro
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Filho do Veterano, Sr. Joaquim de Castro