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Channel: O RESGATE FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA
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Walter Weiss herói da F.E.B

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Walter Weiss chegou a se passar por soldado alemão para espionar o inimigo.
Walter nasceu em 1920 e viveu quase toda a vida na pequena cidade. O período de 1943 a 1945 foi diferente. Atravessou o Atlântico e lutou na Itália contra os alemães. “Ele nunca foi militar. Serviu ao Exército, mas ficou como reservista. Tinha muito orgulho de ter sido ex-combatente e amava ter feito parte desta história”, conta a filha Hildegard Weiss Sera.
Descendente de alemães, o lapeano atuou como interlocutor nas fronteiras inimigas. Um fato curioso também marcaria essa história: Walter teve de usar o uniforme dos países do Eixo. O motivo? A roupa fornecida pelos norte-americanos não servia para homem “corpulento”. Essa era uma das recordações mais marcantes do pai, segundo a filha.
Gostava de atuar como um “meio-campo” na batalha. A postura equilibrada continuou depois que voltou do front. Quando era questionado sobre o que vivera durante a guerra, o ex-combatente preferia falar dos amigos que fez e das passagens mais leves – aquelas menos traumáticas. As memórias dos combates viraram livro, que escreveu aos 70 anos de idade.
O conflito terminou com a vitória dos Aliados e Walter voltou para o Brasil. Retomou os negócios da família e tocou um açougue. Também não deixou as atividades militares de lado: participava de encontros da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e aceitava todos os convites para falar em escolas e cursos sobre a experiência. Foram gerações de lapeanos aprendendo sobre História direto da fonte.
Ademais, trouxe da guerra uma boa ideia: lá, viu o transporte de bois e cavalos em caminhões. Quando voltou, tratou de ir a São Paulo e encomendou um veículo adaptado para esse tipo de transporte. O pracinha iniciou essa prática no país. “Ele era muito observador, tinha alma de inventor. Fabricava coisas e tinha muitas ideias”, lembra Hildegard.
Já na nova década, precisamente em 1950, conheceu Adélia – a futura esposa. Ela deixou o Litoral do estado para viver na Lapa e criar a família ao lado do expedicionário. A dedicação aos filhos e à família era extrema.
A vida bem vivida de Walter ultrapassou os limites da idade. Depois da aposentadoria, por influência de Adélia, o casal passou a participar de excursões e ocuparava muitos de seus dias com viagens desbravadoras, inclusive fora do país. Mas nada de avião! Walter dizia que poderia atravessar o mundo por terra ou por mar, mas voar não estava entre as ações possíveis do lapeano.
Patriota, o ex-combatente participou em setembro de seu último desfile do Dia da Independência. No fim daquele mês, o avô Walter também compareceu ao casamento de uma das netas. Para a família e conhecidos, ele deixa o legado de ter participado ativamente da história e o gosto pela vida. “A qualquer pessoa que se pergunte: todos se lembram do sorriso dele”, diz a família.


A saúde piorou em outubro. Foi internado por causa das complicações de uma pneumonia. Partiu em 15 novembro de 2014 de insuficiência cardíaca aos 94 anos em Curitiba. Recebeu todas as honras militares no enterro: cortejo, bandeira e salva de tiros. Deixa esposa, três filhos, cinco netos e um bisneto.

Gazeta do Povo (TAIANA BUBNIAK)

Foto: Agência O Globo

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