“Quando correu a notícia do término da guerra na Europa (as hostilidades ainda continuariam por alguns meses na Ásia), eu me encontrava num acampamento da FEB, num bosque da Toscana. Recordo que no dia da capitulação da Alemanha, 8 de maio, os americanos exibiram para nós, brasileiros, um filme documentário sobre os campos de concentração dos nazistas. Eu nunca havia imaginado que o comportamento humano pudesse descer a tais níveis de abjeção. Foi uma dura lição do mal que pode fazer um povo civilizado, quando ensandecido pelos ódios políticos e raciais. O inimigo que acabava de ser abatido era a personificação do Mal absoluto.” Celso Furtado, 1995.
Comemoram setenta anos do Dia da Vitória. Reencontrei esse pequeno texto de Celso quando, ano passado, eu preparava mais um livro sobre ele. Celso foi convocado em 1944. Embarcou no “General Meigs”, como segundo-tenente, no quinto contingente da FEB, junto com seis mil soldados. Quando chegaram a Nápoles, Roma já tinha sido libertada e a linha de frente se situava no rio Arno. Passou boa parte da guerra na Toscana. Durante a ofensiva final dos Aliados, no norte da Itália, sofreu um acidente sério. Em setembro de 1945 retornou ao Brasil. Escreveu um pequeno livro de contos sobre a guerra. Depois, foi cuidar da vida. Não gostava de falar da guerra. Para quem se interessar, publiquei várias cartas dele enviadas a família e amigos durante a guerra, bem como páginas de um diário e textos escritos à época sobre essa experiência. Estão no livro “Anos de formação, 1938-1948. O jornalismo, o serviço público, a guerra, o doutorado”( Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento/Contraponto Editora ).
Comemoram setenta anos do Dia da Vitória. Reencontrei esse pequeno texto de Celso quando, ano passado, eu preparava mais um livro sobre ele. Celso foi convocado em 1944. Embarcou no “General Meigs”, como segundo-tenente, no quinto contingente da FEB, junto com seis mil soldados. Quando chegaram a Nápoles, Roma já tinha sido libertada e a linha de frente se situava no rio Arno. Passou boa parte da guerra na Toscana. Durante a ofensiva final dos Aliados, no norte da Itália, sofreu um acidente sério. Em setembro de 1945 retornou ao Brasil. Escreveu um pequeno livro de contos sobre a guerra. Depois, foi cuidar da vida. Não gostava de falar da guerra. Para quem se interessar, publiquei várias cartas dele enviadas a família e amigos durante a guerra, bem como páginas de um diário e textos escritos à época sobre essa experiência. Estão no livro “Anos de formação, 1938-1948. O jornalismo, o serviço público, a guerra, o doutorado”( Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento/Contraponto Editora ).
Celso Furtado no acampamento da FEB. |
Matéria cedida, Sr.ª Rosa Freire d’Aguiar