Antes da guerra, era agricultor assim como seus pais e tios voltado para o cultivo do café. Ao saber da entrada do Brasil na guerra, Alvino fugiu para o Rio de Janeiro, alistando-se como voluntário e vindo a servir no antigo 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada no bairro de Campinho.
Durante o treinamento , ele sofreu uma queda de um cavalo que fez com perdesse vários dentes e isso quase o impediu de embarcar.
Seguiu para a Itália como soldado no segundo escalão da FEB que partiu em 22 de setembro de 1944, chegando à Itália em 6 de outubro do mesmo ano . Participou de várias missões como uma espécie de espião e intérprete , já que a sua descendência alemã e naturalmente o conhecimento do idioma, fazia com que se saísse bem no que lhe era confiado. Participou da tomada de Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945 também. Alvino não sofreu nenhum ferimento grave durante a campanha, mas trouxe como recordação, uma granada que caiu ao seu lado e não explodiu!
Infelizmente, após uma reforma feita no sitio de Alvino, a granada que ele trouxe da Itália extraviou-se, porém, apresentamos aqui uma idêntica àquela que não explodiu ao cair ao seu lado.
Como vivia no interior da mata, onde morava como um verdadeiro escravo, nosso herói não se queixava muito da vida que tinha em solo italiano, mesmo com todo frio que fazia, já que tinha além da coragem e um espirito bastante aventureiro ele achava tudo aquilo uma grande experiência de vida o que, com absoluta certeza, ajudou-o a suportar todas as coisas ruins que qualquer guerra possa vir a trazer.
Alvino, ao centro, em cerimônia no comando da sua companhia nas proximidades de Castelnuovo.
Pracinhas exibem a bandeira nazista após a conquista de uma região próximo a Riola. Alvino é o segundo da direita para esquerda atrás da bandeira.Alvino retornou ao Brasil em 22 de agosto de 1945 e quando chegou, foi recepcionado por amigos e parentes na casa da senhora Ruth Ramos com quem viria a se casar em 1948. Tiveram três filhos : Jorge Francisco, Ana Maria e Vera Lúcia que lhes deram 7 netos : Cláudia, Márcio, Ana Paula , Alexandre, Igor, Fernando e Arthur.
O dia do retorno. No inicio de setembro de 1945, Alvino ( de túnica) foi recepcionado por seus parentes e amigos em grande festa no bairro de Irajá no Rio de Janeiro.
Voltando à vida civil, foi funcionário da CEDAG, atual CEDAE - RJ e também se dedicou a aprender a profissão de rádio técnico. Comprou um terreno na paria do Anil - Magé -RJ onde construiu seu paraíso tijolo por tijolo, o qual frequentava religiosamente.
Em 1993, aos 73 anos, Alvino mantinha o mesmo sorriso que o acompanhou por toda a vida.
O ex- pracinha nunca apresentou nenhum trauma do que tenha vivido na guerra a não ser uma tristeza plenamente compreensível por ter perdido alguns amigos na campanha; sempre foi um marido, pai e avô muito dedicado e carinhoso, aliado à uma inteligência inegável.
Em 16 de janeiro de 1996, esse herói brasileiro partia para a vida eterna aos 75 anos de idade.Nossos agradecimentos aos filhos do nosso herói, Jorge Francisco, Ana Maria e Vera Lúcia; primeiramente pela confiança em nosso blog, pelas informações fornecidas e por nos permitir ter acesso ao acervo da família .
Agora, um recado nosso para o nosso herói:
Sr . Alvino:
Onde quer que o senhor esteja, receba essa singela homenagem do nosso blog cuja a intenção é imortalizar não só o senhor, o que foi feito com o maior carinho e dedicação, mas também, a todos os seus companheiros que de alguma forma representaram o Brasil da Segunda Guerra Mundial. Considere-se admirado, respeitado e imortalizado !
Que a o amor do Pai Maior esteja sempre em seu coração durante a vida eterna.
Muito obrigado por nos dar este privilégio.
Henrique Moura e Hélio Guerreiro
O Resgate FEB
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