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Channel: O RESGATE FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA
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Chapéu tropical Zé Carioca - F.E.B

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Raríssimo chapéu tropical utilizado por apenas uma parte da tropa da Força Expedicionária Brasileira ao desembarcar na Itália, carinhosamente chamado de Zé Carioca pelos pracinhas, em alusão ao personagem de Walt Disney.O chapéu de brim  foi levado para Itália, mas utilizado bem pouco e apenas no início.Tenho noticia de quatro chapéus Zé Carioca.O chapéu da foto e original esta desbotado pelo tempo a cor original e verde oliva e falta a jugular do mesmo material, afinal são mais de 70 anos de história.
(acervo O Resgate F.E.B)
Foto do Zé Carioca no museu do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra no Rio de Janeiro
(fotos O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)
Pracinha com o chapéu Zé Carioca na Itália lendo o Jornal Globo Expedicionário

 Pouco antes do embarque dos pracinha para a guerra 



DOSSIÊ DO SOLDADO JOSÉ CYRILLO DO ESPIRÍTO SANTO - F.E.B.

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Curta biografia do soldado José Cyrillo do Espírito Santo

Nasceu em 28 de Janeiro de 1918 em Diamantina, Minas Gerais. Foge de casa aos 14 anos por razões não reveladas. Alega ter presenciado a Revolução de 1932, talvez no caminho de sua fuga sem destino.
Em época não sabida se estabelece no Rio de Janeiro (onde se supõe residiam tios seus) e ingressa no Exercito em 01 de Julho de 1934.
Em 6 de Maio de 1939 deserta do Exército e fica foragido por dois anos. Em15 de maio de 1942 foi capturado e fica preso por quase um ano (10 meses e 15 dias).
Em 23 de Novembro de 1944, ainda engajado parte para a Guerra na Europa. Volta da Itália em 25 de Julho de 1945.
Inserido num programa de reinserção de ex-combatentes do governo Vargas , trabalha como motociclista da Polícia Especial, em seguida com a desativação da PE motorizada, vira Guarda Civil.

Falece em 1951, aos 35 anos de idade.

Fragmentos de relatos e notícias sobre fatos reais
Notícia real 01

Os episódios decisivos da segunda guerra mundial dos quais Cyrillo participou se concentram, evidentemente nos dias em que seu regimento e batalhão estiveram em combate. Todos os incidentes ocorrem na região do norte da Itália denominada Emilia Romagna, mais precisamente no vale do Rio Pó.
Este período é também o mais controvertido episódio de toda a campanha brasileira com 4 derrotas seguidas e muitos soldados abandonados no topo gelado do Monte Castello numa retirada ordenada às pressas, redundando em muitos mortos insepultos.
A FEB (um ”Grupamento” e não um exército propriamente) estava subordinada ao V Exército americano. Existem varias opiniões de fontes militares brasileiras (ditas até hoje à boca pequena) sobre a imperícia do comando e a impropriedade das ordens oriundas do comando deste V Exército Norte Americano que, provavelmente utilizou a FEB como ”Bucha de canhão” desafogando as tropas norte americanas que estavam sendo atacadas pelos alemães em seu flanco direito.
Cyrillo residia no Rio de Janeiro, logo pertencia ao Regimento sediado neste estado: o Primeiro Regimento de Infantaria ou ‘Regimento Sampaio’ (ao qual aliás, ele mesmo alegava pertencer) Sua ficha militar extraída depois de sua morte, no entanto indica o Sexto Regimento, originário de São Paulo.
Teria sido transferido antes ou durante os combates? E o tempo de serviço no Sampaio, onde teria ido parar? O fato dele ter contado que participou dos combates da tomada de Monte Castelo, contudo corrobora a tese de que ele estava mesmo no Primeiro RI, pelo menos nesta ocasião (o Sexto Regimento não participou desta batalha), logo pode-se supor que ele foi transferido do Primeiro para o Sexto em algum momento dos combates.
Com a batalha de Monte Castello desviando a atenção dos alemães, as tropas americanas puderam se safar quase sem baixas. Aparentemente, o que o comando do V Exército Norte americano necessitava naquele momento, era manter os alemães ocupados com a defesa de uma única posição (Monte Castello), incumbindo a FEB de fustigá-los de maneira quase suicida, durante duas semanas, tempo suficiente para que as tropas americanas se incumbissem de suas próprias dificuldades táticas sem nenhum prejuízo.
Ficção 01
Fotos de manchetes de jornais da época (1944) exibem gravuras dos navios atacados pelos submarinos alemães. Som de rádios ligados em todos os lugares são ouvidos na rua. Presidente Vargas discursa a declaração de Guerra contra as potências do Eixo.
Um rádio está ligado também na pensão onde Geny, minha mãe, então namorada de Cyrillo trabalha. Já é noitinha e Geny retira o avental, rápido. Não está prestando atenção às notícias. Sai apressada, pois, tem um encontro com Cyrillo.
Cyrillo conta que foi convocado como todo mundo. A cena é triste. Conversam sobre a menina que Geny cria, sua irmã mais nova (Corina), pois a mãe das duas morreu de parto da menina e Geny é a mais velha, incumbida portanto de cuidar da criança. Com tudo isto, fazem planos otimistas para o futuro.
História real 02
A temperatura na região por volta do natal de 1944 é de 20 graus negativos. A altura da neve é de 1 metro, com solidificação das camadas internas, situação que provocou a morte da maioria dos soldados brasileiros tombados nesta guerra e a amputação das pernas de muitos outros (”pés de trincheira). Mal equipados com borzeguins ou coturnos comuns trazidos do Brasil, estes soldados não puderam resistir à prolongada exposição ao rigoroso inverno daqueles dias.
De dezembro (data da chegada de Cyrillo) à fevereiro, as ações se limitaram a trocas de tiros entre patrulhas e peças de artilharia. Neste período ambos os exércitos inimigos, fizeram propaganda com panfletos incitando a rendição do outro.
Por causa do inverno cada vez mais rigoroso, hostilidades maiores só voltaram a se processar a partir de 19 de fevereiro 1945 com um plano para tomar, definitivamente o Monte Castello no dia 21, desta vez com um ataque preliminar de uma divisão de montanha americana aos montes vizinhos.
Cyrillo volta a combater em 3 de Março quando seu batalhão, o Terceiro do Sexto R.I. investe sobre Rocca Pitigliana, Braine de le Vigne, Recale e Santa Maria Viliana, todas no Vale do Rio Marano. Depois disto a próxima incumbência de seu batalhão foi tomar Castelnuovo, atacando pela esquerda de Soprassasso já em 5 de Março.
Ficção 02
Cyrillo e um amigo que ele chama de ‘Paraíba’ no trem que os leva para o front. Eles têm muito frio e ficam meio deprimidos ao perceber que não existem folhas na paisagem toda branca de neve. Pelo caminho vão vendo que aqui e ali há indícios da destruição da guerra no horizonte e pelo caminho.
Os soldados do vagão estão tristes, sorriem as vezes por qualquer motivo, mas são risos nervosos, tensos. O trem para a toda hora, para recolher pessoas que correm pelo campo tendo atrás de si fumaça de incêndios. Numa destas paradas, o trem recolhe um homem ferido que é trazido por civis armados. Cyrillo e Paraíba notam e acham muito estranho aqueles civis armados. O ferido é um soldado americano, negro também como Cyrillo que acha aquilo mais estranho ainda.
História real 03
Nos momentos, que antecederam o ataque a Castelnuovo, as posições do regimento de Cyrillo foram violentamente bombardeadas pela artilharia alemã. Neste dia, presume-se ocorreu o incidente no qual um amigo de Cyrillo morreu enquanto tomava café na barraca usada pelos dois quando esta foi atingida por uma bomba, logo depois que Cyrillo saiu para render o companheiro na sentinela.
Baixas da tomada de Castellnuovo: 3 mortos, 65 feridos. Foram presos 98 soldados alemães. De um destes prisioneiros alemães (ou de um morto), Cyrillo retirou uma comenda ou insígnia de prata ou alumínio que trouxe para o Brasil como troféu de guerra.
Talvez este mesmo prisioneiro seja o que impressionou Cyrillo pela educação com que se comportou no almoço, mesmo após ter passado muitas horas ou dias de fome, um dos poucos fragmentos de memória que me recordo dele ter me contado assim, diretamente.
As baixas por ‘‘pé-de-trincheira” em Castelnuovo foram elevadas. Uma cruz colocada por alemães com a inscrição “Drei Trapfere-Brasil- Castelnuovo 24-1-1945/Três bravos…”, no entanto, serve de reconhecimento a bravura dos soldados de uma patrulha brasileira do Primeiro R.I, mortos ali.
É após Castelnuovo que Cyrillo tem folgas. São deste período grande parte dos postais que ele trouxe da ltália os quais eu tenho guardados até hoje.
Ficção 03
Cyrillo e ‘Paraíba’ se revezam num posto de vigia. Dormem numa barraca próxima. Um dos dois fez um café. Cyrillo, o primeiro a tomar o café quentinho, sai para fora da barraca e se afasta para o seu turno de vigia. Mal ‘Paraíba’ entra na barraca uma bomba alemã explode. ‘Paraíba’ morre.
História Real 04
Em 16 de abril, Cyrillo volta a combater (tinha estado na retaguarda) afim de substituir em Montese, o XI batalhão do RI que estava desgastado. Entrou nesta batalha à noite, sob intenso fogo da artilharia alemã, tanto que seu batalhão não consegue nas 24 horas ininterrupts em que lutou, tomar o morro e é também substituído no dia seguinte.
É difícil saber mas, imagina-se que em Montese, depois de ter passado a noite e a madrugada anterior sem dormir e, depois disto, um dia inteiro sob intenso bombardeio, teria sido o maior sofrimento de Cyrillo na guerra.
Baixas em Montese: 426 soldados brasileiros atingidos, sendo destes 34 mortos. 453 brasileiros foram feitos prisioneiros.
Também em Montese, uma nova inscrição de reconhecimento alemão à bravura brasileira numa placa de madeira, referindo-se ao ponto em que soldados da FEB tombaram mortos. Nela se lia : ”Drei brasilianische helden ” (Tres heróis brasileiros)
Deve ter sido destes últimos incidentes que se originaram certas alterações que tornaram Cyrillo, segundo sua esposa (minha mãe) mais reservado e irascível do que de costume, demonstrando estar atormentado por distúrbios relacionados a síndrome psicológica que se convencionou chamar na época de ”neurose de guerra”.
Ficção 04
(Cyrillo contou esta para minha mãe – invento só os detalhes)
Numa das cidades tomadas pelos brasileiros. Rua empoeirada. Tabuletas de lojas, Ruínas de casa e prédios destruídos por bombas. Jipes e caminhões entrando na cidade em ambiente de batalha recém-terminada. Grupo de soldados brasileiros andando pela rua descontraídos. Cyrillo aparece sozinho, vindo do fundo da rua cercado por meninos maltrapilhos. Meninos gritam:
_” Cirillone! Cirillone! Chocolate per me! Per me!Io! Io!”
Cyrillo traz muitas barras de chocolate na mão e vai lançando para o alto, se divertindo com as crianças, rindo da algazzara que fazem.
De repente explosão de granada numa casa próxima. Correria de soldados na rua. Cyrillo e meninos se jogam no chão até perceberem que foi uma explosão acidental.
Voltam à brincadeira.
Pós guerra
Um novo nome para um ex-pracinha No pós guerra sabe-se que Cyrillo usou o estranho codinome ou pseudônimo de Carlos Christóbal Rocha por razões ainda obscuras. Alegava para a esposa Geny, pertencer uma espécie de serviço secreto do governo, mas a luz do que se sabe hoje sobre o período, isto não fazia muito sentido. Neste período praticava eletrônica e radio amadorismo. Havia com efeito uma antena de bambu, pendendo no telhado de nossa casa em Marechal Hermes.
O pós guerra no Brasil foi um período político muito controvertido. O presidente Getulio Vargas desmobilizou a Força Expedicionária Brasileira antes mesmo do desembarque das tropas de volta ao Brasil. Dizia-se na época, que o governo temia que os ideais democráticos assimilados pela tropa da FEB em sua luta contra o nazifascismo, estimulassem uma revolução contra as tendências ditatoriais de Vargas.
A utilização de um codinome e a linha editorial das revistas Cyrillo assinava (a positivista ‘0′ Pensamento’ e a anticomunista ‘Seleções do Readers Digest’) nos faz supor que durante esta época ele deve ter estado, de alguma forma envolvido em atividades clandestinas anti ditatoriais (e anti getulistas, no caso).
Em 1951, apenas 5 anos após o seu retorno da guerra, contando apenas 35 anos Cyrillo falece no Hospital Geral do Exército de uma infecção aguda dos rins, devida talvez ao alcoolismo, vício com o qual, aparentemente passara a espantar os fantasmas da guerra. Na época, depois de ter sido motociclista da Polícia Especial (criada por Getúlio Vargas) prestava serviço como Guarda Civil.
Deixou além da jovem esposa Geny, três filhos, o mais velho (eu, Antônio) com pouco mais de quatro anos de idade, uma filha com 2 anos (Virgínia), e o filho mais novo (Luiz Antônio), ainda um bebê.
Roteiro dos postais
Cyrillo, como muitos pracinhas, trouxe uma grande coleção de souvenirs. Entre estes estavam um cortador de papel de cobre estanhado com a forma de um punhal, uma máquina fotográfica Kodak caixote (que se encontra com meu irmão), a tal insígnia nazista (que junto com o punhal foi apreendida pela Dops quando da minha prisão em 1968), um óculos de aviador americano com armação de ouro e um relógio ômega, também de ouro. Havia também uma cuia de chimarrão com a borda e ‘bomba’ de prata 90% (que se encontra comigo até hoje a ele foi presenteada por um amigo pracinha do Rio Grande do Sul e um belíssimo jogo, completo, de porcelana ‘das índias ocidentais’ como se dizia, que eu nunca soube se se ele trouxe da Itália (que doido!) ou se comprou por aqui mesmo (as peças mais valiosas – como os óculos e o relógio – em sua maioria não sei onde foram parar, penso que minha mãe as vendeu para custear despesas de família).
Grande parte – na verdade quase todas- das fotos que ele trouxe da Itália, entre as quais a de uma linda ragazza de saia plisada que ele dizia ter sido sua ‘madrinha de guerra’ (uma história que minha mãe nunca enguliu). Durante muito tempo, aliás, como deve ter ocorrido com outros ex-pracinhas, rondava na família a suspeita de que ele poderia ter deixado um filho na Itália. Me lembro muito bem de uma foto dele diante de uma casa de madeira com terras nevadas ao fundo, vestindo uma elegante jaqueta de lã cintada, típica do uniforme dos soldados norte americanos.
Muito bem guardados e conservados no entanto está a coleção de postais que comprava nas cidades por onde passou. Cruzando os nomes das cidades dos postais com um mapa da região onde ele combateu, dá para se traçar um interessante roteiro de suas viagens de folga e do trajeto de sua volta.
As cidades dos postais são as seguintes:
Napoli – Janeiro de 1944
Roma – Janeiro/fevereiro de 1944
Monte Castello (Perugia, perto de Porreta Terme) – 21 de fevereiro de 1944)
Montese – (área de Modena/Bologna – 16 de Abril)
Castelnuovo – Batalha em 5 de Março
Collechio- (próxima à Parma – já com linha gótica tomada, em 1945)
Veneza – Depois da vitória total aliada
Voghera – (Piemonte) 1945
Alessandria
Gênova- Já prestes a embarcar para o regresso ao Brasil.
Depois de Napoli, passando por Roma seguindo para Perugia (Monte Castelo) enfrenta sua maior batalha. Em meados de 1944 enfrenta uma segunda batalha em Montese, próximo à Modena (onde eu morei) e uma terceira batalha em Colechio todas na mesma região. Como Veneza fica acima da linha gótica, só visita esta cidade depois da vitória aliada. Depois dai, todas as demais cidades teriam sido visitadas no trajeto de volta para o embarque para o Brasil.
Notas:
Por uma estranha razão, talvez a sua proverbial insubordinação, José Cyrillo entre todos os pracinhas foi um dos poucos que ingressou soldado na guerra e saiu soldado, sem ter nenhuma promoção em combate, embora tenha ganho as medalhas de praxe, entre elas, a de campanha
Por uma coincidência também muito estranha, o próprio narrador desta história, filho do soldado José Cyrillo viajou para uma tournée musical de quatro meses para a mesma região da Itália em 1990, descobrindo só mais tarde que estava trabalhando e residindo, exatamente no mesmo local onde seu pai havia lutado na Segunda Guerra Mundial.
FONTE:O DOSSIÊ DO SOLDADO - Espiríto Santo.SITE: Linguagem, cultura e sociedade.

Flamula - X Convenção Nacional da F.E.B.

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Antiga e rara flamula X Convenção Nacional dos Veteranos de Guerra do Brasil  realizado de 15 a 19 de dezembro de 1954 em Recife.(acervo o Resgate FEB)
clique na foto para ampliar

Mogi das Cruzes com a FEB

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Criada em 1956 pelo então estudante Domingos Geraldo Sica,Mogi das Cruzes (SP) o único município brasileiro a homenagear a FEB em sua bandeira, a cobra fumando, lembrança da participação dos mogianos na Força Expedicionária Brasileira  na Segunda Grande Guerra, participação essa que foi a maior dentre todas as cidades do interior do Brasil.


 Complementando a matéria de Roogi Ziul

Pins da F.E.B

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Interessante lote de  pins antigos da F.E.B.
  Da direita e a miniatura da barreta da Medalha de Campanha da FEB.
2º  Miniatura da barreta da Medalha de Guerra.
3º  Pin do distintivo da" Cobra esta fumando".
4º  Pin da Vitoria bem antigo com as três armas que participaram da Segunda Guerra.
5º  Pin antigo do V da Vitoria na Segunda Guerra.
(acervo O Resgate FEB)



Barreta de um oficial da F.E.B

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Barretas ou Barretes são pequenas  comdecorações que são usadas por militares.As barretas são peça de metal, revestida por uma fita com uma ou mais cores, usada em substituição as medalhas principalmente quando é considerado inadequado ou impraticavel e deve estar dentro do Regulamento de Uniformes do Exército (RUE).Não é permitido o uso de barretas confeccionadas em esmalte ou outros materiais, em substituição às fitas, bem como cobri-las com plástico transparente.As Barretas tem que estar ordenadas conforme o Decreto nº 40.556, de 17 de dezembro de 1956, que regula o uso das condecorações nos uniformes militares. Cada força militar tem suas próprias regras.

Esta barreta provavelmente pertenceu a um Tenente ou Capitão da F.E.B durante a Segunda Guerra Mundial, com certeza comandou ou participou de combates pois tem a Medalha Cruz de Combate 1º Classe quando é oferecida aos militares individualmente, ou a unidades que tenham praticado atos de bravura ou sacrifício nas ações de combate.Provavelmente entrando para reserva como Coronel ou General pela quantidade, grau de medalhas e pela Medalha Militar de Ouro de 30 anos de serviço ao Exército Brasileiro.(acervo O Resgate FEB)

(clique na foto para ampliar)
Relação das condecorações:
Cruz de Combate 1º Classe 

Medalha de Campanha  da F.E.B  
EB-Ordem de Mérito Militar (Cavaleiro)
EB-Medalha  de Serviço Militar de Ouro (30 anos)
EB-Medalha de Guerra
EB-Medalha do Pacificador
Medalha comemorativa do centenário de nascimento do Marechal Thaumaturgo de Azevedo em 1953.
I Jornada do Serviço de Saúde da Aeronáutica de 1951.
Condecoração do Centenário de Maria Quiteria de Jesus 1853. 

Cidade de Pracinha-SP. Homenagem a F.E.B

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Cidade que presta homenagem à Força Expedicionária Brasileira.
HISTÓRIA DA CIDADE
Seu núcleo inicial, o povoado de Maripá, situava-se na bacia do Ribeirão dos Macacos e foi fundado em 1941, pelo engenheiro Mário Felippo Olivero. Desde o princípio, seu principal fator de atração foi a atividade agrícola e seu contingente populacional foi formado, basicamente, por agricultores que passaram a cultivar naquelas terras produtos como algodão, milho, café e cana-de-açúcar.
Conheceu na década de 50 um período de maior desenvolvimento, mas, aos poucos, retrocedeu devido ao êxodo rural e à falta de autonomia administrativa. Em 24 de dezembro de 1948, passou a distrito com sede no povoado de Maripá, município de Lucélia e território desmembrado desse município.
Em 30 de dezembro de 1993, tornou-se município. 
Significado do Nome
Seu nome foi mudado para Pracinha, em homenagem aos pracinhas combatentes da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. 


Cidade tranquila do interior de São Paulo (foto Lucas Souza)
(clique na foto para ampliar)
Pesquisa e colaborador: Reinaldo Costa Moura
Blog O Resgate FEB

Safa-Onça - Dicionário usado pela F.E.B/FAB.

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O que significa Safa onça é tudo que soluciona uma emergência, que resolve, pelo menos parcialmente, um problema."Safei a onça, agarrando-me a uma tábua que flutuava..."
Pequeno Safa-Onça, dicionário de inglês básico preparado pela Missão Naval Americana, utilizado pelos soldados brasileiros para comunicar com os soldados americanos em operação conjunta na Itália.
Edição do livro básico Safa-onça, a segunda edição de fevereiro de 1944 (foto) serviu para o pessoal da F.E.B e também da FAB (Senta a Puá).

(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

Jogador de basquete do Botafogo na Senta a Púa

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Atleta do Botafogo, jogador de basquete foi campeão em 1942/ 1943/1945 e 1947, Renato Goulart Perreira participou na campanha na Itália como piloto do 1º Grupo de Aviação de Caça (Senta a Púa)

Ficha Biográfica

Renato Goulart Pereira
Nome de GuerraGoulart
Patente/Registro2º Tenente Aviador/BO-424
Nascimento04/02/1923,Rio de Janeiro (RJ) - Brasil
Falecimento02/05/2007,Rio de Janeiro (RJ) - Brasil
FunçãoPiloto de Combate
PromoçõesN/D
CondecoraçõesCruz de Aviação Fita A com 03 estrelas, Campanha da Itália, Campanha Atlântico Sul, Ordem do Mérito Aeronáutico, Mérito Santos Dumont, Medalha Militar Prata por 20 anos de bons serviços, Medalha da Vitória (FEB), Mérito Marechal Mascarenhas de Moraes (FEB), Distinguished Flying Cross com duas palmas, Air Medal com 04 palmas (EUA), Mérito Aeronáutico do Perú, Mérito Aeronáutico do Paraguai, Mérito Nacional da Itália, Cruz de Aviação de Portugal e Presidential Unit Citation (EUA)
TreinamentoPanamá, Suffolk e Itália
FamíliaCasou-se com a Sra. Renata e tiveram 02 filhos homens: Carlos Eduardo e Luiz Felipe, que lhes deram 04 netos homens; Joaquim Eugênio, Luiz Eduardo, Antônio Pedro e Paulo Henrique.
Ten. Renato Goulart Pereira, da FAB, executou 93 missões de combate
História

Ao regressar ao Brasil, continuou na,FAB, como Comandante de Esquadrilha do 1º Grupo de Caça. Instrutor do CTA, Comandante do 1º/10º Grupo de Caça, Comandante do 2º/1º Grupo de Caça, Oficial de Gabinete do Ministro da Aeronáutica, Ajudante de Ordens do Presidente da República, Comandante do Grupo Transporte Especial, Oficial de Gabinete na Embaixada Brasileira em Washington (EUA), e Oficial de Operações do Comando Aerotático. Ao se aposentar, foi ser Diretor da Gráfica Barbero S/A e Assessor e Aeronáutica da GETRA Ltda, para a venda dos aviões MIRAGE III, para a FAB. Reformou- se no Posto de Coronel. Em novembro de 1955, quando o Presidente interino da República, Carlos Luz, e um grupo de militares e civis tentou um golpe de estado para impedir a posse do Presidente eleito Juscelino Kubitschek, o Major Goulart era piloto líder de um esquadrão do primeiro grupo de caça com base em Santa Cruz, Rio de Janeiro. Ele recebeu ordem superior de deslocar 18 jatos “Gloster Meteor” para bombardear em SP qualquer navio ou unidade aérea que se declarasse hostil aos golpistas. Goulart declarou ao Brigadeiro golpista que faria o deslocamento, mas não cumpriria a ordem de bombardeio; “ Eu não jogo bombas em brasileiros”, disse o aviador. Em cerimônia realizada na Base Aérea de Santa Cruz em 01 AGO 2007 suas cinzas foram lançadas de um avião sobre a Unidade como última homenagem ao herói guerreiro.
Piloto de Combate da esquadrilha Azul, tendo completado 93 missões de guerra. Sua primeira missão foi em 11 NOV 44 e sua última em 30 ABR 45, ocasião em que foi abatido pela AAé. Conseguiu pular de pára-quedas em território amigo, que 3 dias antes havia sido tomado por tropas Inglesas. Em 18 Jun 45, partiu de Pisa para os EUA para levar novos aviões P-47 para o Brasil.
Matéria do blog Sentando a Pua!

Cartão postal do expedicionário em Roma

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Cartão postal Italiano de dois expedicionários em suas horas de folga  em frente ao Coliseu em Roma.
Um deles se chama Assilvio. O da esquerda com o uniforme e túnica de passeio da FEB modelo bem brasileiro o do embarque para Itália  o da direita o uniforme de passeio usado já na Itália com o distintivo da "Cobra esta Fumando" pelo divisa
na manga parece ser um sargento.
(acervo O Resgate FEB)


(clique na foto para ampliar)

Natal de 1944 da F.E.B

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Estou repetindo novamente esta matéria de 2010, para desejar um Feliz Natal e prospero ano novo a todos os amigos da FEB e a cobra continua fumando....
Obrigado

Raríssimo santinho dado aos soldados da Força Expedicionária Brasileira no rigoroso inverno do natal de 1944 desejando  boas festas  e breve retorno aos seus lares. Impresso na  Itália.
(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

O ‘primeiro carro’ para muitos pracinhas

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Comboio da FEB pelas estradas de Toscana, Itália.O caminhão GMC 6x6, com os dizeres "Hilda" e "Deus me Guie" na frente, liderava um enorme fila de jeep. 
As condições do front eram muitas duras, acima o Dog WC-52.
Os Willys MB e Ford GPW eram os veículos mais populares do front. Padronizados, ganharam o nome Jeep. O modelo era o faz-tudo da tropa. Leve e esperto, andava como caranguejo na lama. Mais de 600 mil exemplares foram fabricados até 1945 — 655 destes foram para a FEB.
O Jeep era um faz -tudo, usado ao extremo em campo de batalha.O da foto leva um ferido.

Os Dodge da linha WC (sigla de “weapon carriers”) também eram muito usados pelos expedicionários. Maiores do que os Jeep Willys e com uma traseira larga, foram apelidados de Pata Choca pelos brasileiros. Saíam em várias versões: ambulância, picape, carro comando...
Os pracinhas brasileiros levam prisioneiros alemães em um Jeep.

Mas o veículo mais produzido na guerra foi o GMC 6x6 (ou CCKW). Servia para tudo, de transportador de tropas a oficina e cozinha móvel. Até 1945, foram feitos 812 mil desses caminhões.E uma curiosidade: o soldado da FEB Oswaldo Aranha Filho (Vavau) conheceu o Jeep na Itália. Quando acabou a guerra, ele trouxe a ideia de vender o topa-tudo da Willys para civis brasileiros. Em 1946, o ex-pracinha fundou a Gastal, representante da marca americana no Rio. E, assim, o 4x4 deixou de ser exclusividade militar.
O caminhão-tanque GMC abastece um P-47
(clique na foto para ampliar)

Muitos dos pracinhas que foram motoristas das viaturas militares na Segunda Guerra aprenderam a dirigir na Itália.
Quando voltaram ao Brasil muito deles exerceram a profissão como motoristas de ônibus e caminhões, como o ex combatente Wilson Garcia de Lima como caminhoneiro.E muitos outros que davam manutenção como mecânico também exerceram suas atividades na vida cotidiana no pós guerra.

EXTRA
Fotos:Agência O Globo

Estojo da Gillette para F.E.B

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Uma raridade, estojo da Gillette do Brasil fabricado com exclusividade para a Força Expedicionária Brasileira, contendo dez laminas Gillette azul e uma navalha Gillette tech.No estojo da foto duas caixas de laminas Gillette azul sendo uma caixa americana e outra brasileira com total de seis laminas e a navalha da Gillette mande USA.
(acervo O Resgate FEB)



(clique na foto para ampliar)

Walter Weiss herói da F.E.B

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Walter Weiss chegou a se passar por soldado alemão para espionar o inimigo.
Walter nasceu em 1920 e viveu quase toda a vida na pequena cidade. O período de 1943 a 1945 foi diferente. Atravessou o Atlântico e lutou na Itália contra os alemães. “Ele nunca foi militar. Serviu ao Exército, mas ficou como reservista. Tinha muito orgulho de ter sido ex-combatente e amava ter feito parte desta história”, conta a filha Hildegard Weiss Sera.
Descendente de alemães, o lapeano atuou como interlocutor nas fronteiras inimigas. Um fato curioso também marcaria essa história: Walter teve de usar o uniforme dos países do Eixo. O motivo? A roupa fornecida pelos norte-americanos não servia para homem “corpulento”. Essa era uma das recordações mais marcantes do pai, segundo a filha.
Gostava de atuar como um “meio-campo” na batalha. A postura equilibrada continuou depois que voltou do front. Quando era questionado sobre o que vivera durante a guerra, o ex-combatente preferia falar dos amigos que fez e das passagens mais leves – aquelas menos traumáticas. As memórias dos combates viraram livro, que escreveu aos 70 anos de idade.
O conflito terminou com a vitória dos Aliados e Walter voltou para o Brasil. Retomou os negócios da família e tocou um açougue. Também não deixou as atividades militares de lado: participava de encontros da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e aceitava todos os convites para falar em escolas e cursos sobre a experiência. Foram gerações de lapeanos aprendendo sobre História direto da fonte.
Ademais, trouxe da guerra uma boa ideia: lá, viu o transporte de bois e cavalos em caminhões. Quando voltou, tratou de ir a São Paulo e encomendou um veículo adaptado para esse tipo de transporte. O pracinha iniciou essa prática no país. “Ele era muito observador, tinha alma de inventor. Fabricava coisas e tinha muitas ideias”, lembra Hildegard.
Já na nova década, precisamente em 1950, conheceu Adélia – a futura esposa. Ela deixou o Litoral do estado para viver na Lapa e criar a família ao lado do expedicionário. A dedicação aos filhos e à família era extrema.
A vida bem vivida de Walter ultrapassou os limites da idade. Depois da aposentadoria, por influência de Adélia, o casal passou a participar de excursões e ocuparava muitos de seus dias com viagens desbravadoras, inclusive fora do país. Mas nada de avião! Walter dizia que poderia atravessar o mundo por terra ou por mar, mas voar não estava entre as ações possíveis do lapeano.
Patriota, o ex-combatente participou em setembro de seu último desfile do Dia da Independência. No fim daquele mês, o avô Walter também compareceu ao casamento de uma das netas. Para a família e conhecidos, ele deixa o legado de ter participado ativamente da história e o gosto pela vida. “A qualquer pessoa que se pergunte: todos se lembram do sorriso dele”, diz a família.


A saúde piorou em outubro. Foi internado por causa das complicações de uma pneumonia. Partiu em 15 novembro de 2014 de insuficiência cardíaca aos 94 anos em Curitiba. Recebeu todas as honras militares no enterro: cortejo, bandeira e salva de tiros. Deixa esposa, três filhos, cinco netos e um bisneto.

Gazeta do Povo (TAIANA BUBNIAK)

Foto: Agência O Globo

Miniatura da Medalha de Guerra.

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Difícil de achar a miniatura da Medalha de Guerra original de época. Condecoração concedida aos militares brasileiros, de nações aliadas, ou civis que tenham prestado serviços relevantes em tempos de guerra ou em missões especiais do governo. Foi criada pelo Decreto-Lei nº 6.795, de 17 de agosto de 1944.
(acervo o Resgate FEB)
As medalhas em miniatura servem como réplicas de medalhas em tamanho original. Usadas para ocasiões formais, as medalhas em miniatura são da metade do tamanho das suas homólogas.
Secretaria Geral do Exercito
CAPÍTULO VII
Das Condecorações
VII - miniatura: redução da medalha para ser usada no uniforme 1º B e nos trajes civis de gala (casaca) e rigor (smoking)

(clique na foto para ampliar)

Museu Histórico do Exército do Forte de Copacabana.

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Uma belo passeio pelo Forte de Copacabana no posto 6 (Rio de Janeiro).Vista incrível da praia de Copacabana a Confeitaria Colombo, onde você pode saborear petiscos, tomar um cerveja gelada ou um bom café. Com um enorme acervo sobre a História do Exercito Brasileiro em várias passagens de sua história.Concentrei mais na FEB onde tem uma parte em memória a conquista de Montese com acervo e grandes mostruários encenando a batalha.Na parte externa canhões adquirido pela FEB como troféu de guerra e por eles utilizados na Itália.
Uma visita obrigatória.
Canhão de campanha SKODA
Calibre:100mm
Modelo:14/19
Origem:Antiga Tchecoslovaquia
Fabricado pela Ugoslavia em 1936, capturado pelos italianos entre 1940 e 1942.Chegou ao Brasil com troféu de guerra conquistado pela FEB.
Canhão anticarro Bofors
Calibre:57mm
Origem:Estados Unidos
Fabricado em 1945 e adquirido pelo Brasil e recebido pela FEB durante a Segunda Guerra na Itália, para três regimentos da 1ºDivisão de Infantaria Expedicionária.
 Peças usadas pela FEB
Capacete alemão
Encenanação da Tomada de Montese
Fotos O Resgate FEB
(clique na foto para ampliar)

FACA MK 2 USN

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Faca americana da Segunda Guerra Mundial MARK 2 do fabricante CAMILLUS. NY usada pela marinha.A bainha esta incompleta com pontos de oxidação também na faca,Não foi fornecida a F.E.B mas veio com um pracinha de Barbacena (MG).(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

O veterano que pediu emprego a JK

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O ex-combatente Wilson Garcia de Lima,  morador de Castro, nos Campos Gerais, queria um novo emprego. Era caminhoneiro, mas o desgaste das viagens o desanimava. Viajou ao Rio de Janeiro uma vez para pedir emprego aos contatos que tinha feito no Exército durante a guerra. Nada conseguiu. Voltou pela segunda vez. Encontrou um ex-comandante que o levou para uma salinha. Lá, encontrou o então presidente Juscelino Kubitschek (JK) sentado atrás de uma mesa. Pediu emprego. “Era um homem muito agradável”, diz o pracinha sobre o político que governou o país entre 1956 e 1961. Quando voltou de viagem, contou a façanha aos amigos. “Eu dizia: estou empregado, mas eles faziam pouco caso de mim”, afirma. Uma semana depois, saiu um ofício que o designava como gerente da agência dos Correios, em Castro. Ficou na função até a aposentadoria. Wilson não gostou do que viu na guerra e, por isso, não quis continuar no Exército. No retorno, muitos pracinhas não tiveram apoio. Ele se juntou a uns 15 ex-combatentes na estação do Rio e bradou: “Não vamos pagar passagem”, disse. Nenhum funcionário da estação barrou o grupo. De volta a Ponta Grossa, virou vendedor de sapatos 

Josué Teixeira/Gazeta do Povo

Quepe de emfermeira da F.E.B

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Raro quepe de enfermeira da FEB , já que  um total  geral de setenta e três (73) enfermeiras brasileiras que atuaram oficialmente fora do país na Segunda Grande Guerra Mundial. Quepe do uniforme de passeio.
(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

Repare as enfermeiras febianas com seus quepes

Durante a visita, uma fotografia histórica. A Vet. Enfermeira Ten Carlota Mello ao lado
do manequim trajando a farda usada por ela.

Cabo Geraldo Santana: Uma carta de pai para filho

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"Este ano, coloquei-me na missão de pesquisar a respeito do meu único conterrâneo a morrer em combate na Segunda Guerra Mundial, Cabo Geraldo Martins Santana, que neste 2013 faria 90 anos de idade. Seu irmão caçula foi bastante gentil comigo, cedendo uma grande quantidade de documentação, que hoje está no arquivo da Sala de Guerra.
Entre a documentação que recebi, uma carta me chamou a atenção. Emocionei-me muito da primeira vez que passei os olhos sobre este documento, perdido há quase 70 anos. As palavras nele contidas são as angústias sinceras de um pai entregando a vida do filho à nobre causa da defesa da Pátria – fato que o destino consumou apenas 13 dias depois.
Geraldo Santana morreu em combate em 9 de novembro de 1944, sem nunca ter recebido esta carta; e é muita sorte que uma cópia tenha sobrevivido até nossos dias. Todos a quem mostrei este documento são unânimes em dizer que jamais viram algo semelhante sobre FEB. É um testemunho de abnegação e dever patriótico que vai acima do amor familiar – quando o Sr. Antônio Santana despede-se do filho e pede-lhe para não sentir medo da morte.
Sentindo-me no dever de compartilhar esta carta com todos vocês, faço dela, finalmente, imortal:"
Montes Claros, 28 de outubro de 1944
Querido filho Geraldo:
Saudades…
Recebi do Quartel-General do Rio de Janeiro comunicação que foste incorporado à Força Expedicionária Brasileira.
Não foi pra mim nenhuma surpresa, porque o soldado está sempre sob as ordens dos seus superiores e deve acatar essas ordens com todo o respeito.
Foste incorporado porque era necessário que a Pátria insultada respondesse à agressão dos corsários Nazistas que agiram debaixo de espesso nevoeiro, matando nossos irmãos.
Aqui, em casa, todos receberam com imenso orgulho essa notícia. Filho, jamais surja em teu cérebro o pensamento de um homem covarde. Seja firme no cumprimento do dever, principalmente quando a nossa Pátria foi traiçoeiramente atacada pelos vilões de além-mar.
Não importa que o intenso inverno dificulte a nossa marcha ou que o sol abrasador faça demorar o avanço, o certo é que precisamos chegar até o fim do nosso itinerário ombro a ombro com as FORÇAS ALIADAS.
Ainda me recordo daquela bela poesia que diz em uma de suas estrofes:
Para a frente que importa a invernada,
Temporal, inclemência de sois.
Quem for fraco, que fique na estrada,
Que a vanguarda é o lugar dos heróis.
Pedimos a Deus para conservar tua pessoa ilesa das balas assassinas dos Nazistas; porém, se for do agrado do Altíssimo que o teu corpo tombe no campo de batalha, para que muitos outros vivam, seja feita a vontade de Deus.
O ataque deve ser repelido embora sucumbam alguns dos nossos. Que papel faríamos se permanecêssemos de mãos cruzadas quando o inimigo comum tentou ultrajar a nossa soberania?
Seremos por ventura alguma estátua onde o sangue não circula?
É legal trair nossa tradição?
Não, isto não.
Dos túmulos de Caxias, do Tenente Antônio João, de Camisão e outros mais, ouviríamos o grito da dor do insultado dizendo-nos:
Irmãos, hoje mais do que nunca o Brasil precisa vingar os seus filhos.
Levai em resposta à agressão a esses Nazistas o brilho de uma baioneta empunhada para que os nossos sejam vingados.
E, assim, acalmarão as ondas tempestuosas do mar furioso, e a bonança reinará para todos os povos do mundo, que foram vítimas dos sutis ataques do Eixo.
Portanto, filho, não queiras ter maus pensamentos e jamais haja em tua pessoa o desespero.
Seja também calmo. Porque todos nós temos que morrer um dia; logo, é desnecessário e mesmo indecente o desespero.
Muitos se enganam com a morte.
Ela não causa assombro a ninguém, porém enobrece a muitos. Se for preciso, morre em honra da Pátria e viverás eternamente. A tua lembrança ficará sempre conosco.
Um conselho: conserve sempre a tua fé em Deus e jamais a deixe seduzir por outrem. Todos nós estamos indo bem graças a Deus.
O que sentimos são saudades tuas, mas esperança de que em breve estarás aqui em Montes Claros conosco.
Terminando, pedimos a Deus por tua pessoa e pela honra e glória do Brasil e o cabal êxito da FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA.
Queira aceitar a benção de teu pai e os abraços que teus irmãos, tias e cunhados lhe mandam.
Teu pai,
Antônio Martins de Santana Primo 



O túmulo de Geraldo Santana no Cemitério Militar Brasileiro de Pistoia, que abrigou seus corpo entre 1945 e 1959. 

Blog Sala de Guerra
Foto: Mario Pereira.
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