A Força Expedicionária Brasileira (FEB), chega com mais de 25.000 combatentes para lutar na Segunda Guerra Mundial junto dos aliados.Os soldados feridos precisavam de tratamentos imediatos para que suas vidas fossem salvas.Para isso, foram enviadas 73 enfermeiras que se voluntariaram a servir na guerra e que formaram o Quadro das Enfermeiras da FEB.
"Vivendo faz-se a história.E essas brasileiras gravaram para sempre com sua vida nos campos de guerra da Itália, belas paginas na história militar do nosso Brasil" Altamira Perreira Valadares (Enfermeira da FEB). |
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Foto de Jandira Bessa de Meirelles do lado de um soldado que parece ser brasileiro, ela ficou no 7 th Station Hospital em Livorno - EVACUADAS – Via USA ou Brasil. |
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Fotos de três enfermeiras febianas na Itália em Pistoia. A primeira da esquerda a tenente enfermeira Ondina Miranda de Souza-16th Evacuation Hospital em Pistoia
Ondina Miranda de Souza nasceu no dia 23 de novembro de 1911 na cidade de Niterói, filha de Luiz Lopes de Souza e Adélia Miranda de Souza.Matriculou-se aos 19 anos de idade na Escola Profissional de Enfermeiras Alfredo Pinto em 3 de março de 1931,após aprovação no exame de admissão,ingressando então na seção feminina da Instituição. Em 1932 quando iria cursar o segundo ano pede afastamento da Instituição retorna aos estudos aos 23 anos de idade no ano de 1935, quando pede transferência para a seção “mixta. Em 30 de dezembro de 1935 recebe o diploma de Enfermeira profissional. Em 1944, ingressou na primeira turma do Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército e formando-se em 25 de março de 1944 sendo convocada oficialmente para o front militar em 22 de abril do mesmo ano. Em 29 de outubro de 1944 embarca com destino à Itália,participando na segunda guerra , após cruzar o oceano atlântico, apresentou-se pronta para o serviço em 17 de novembro de 1944.
No dia da exclusão do efetivo da Força Expedicionária Brasileira, o Major Chefe da S.B.H, Ary Duarte Nunes, expressou o seguinte elogio em boletim:“Enfermeira ONDINA MIRANDA DE SOUZA, trabalhou com muita dedicação e carinho em exaustivos plantões noturnos, demonstrando sempre dedicação e desvelo para com seus pacientes. Voluntária, impôs-se pelos conhecimentos adquiridos e magníficos serviços, demonstrando sempre espírito de sacrifício e boa vontade. Representou dignamente a mulher brasileira neste teatro de operações. Louvo-a e agradeço todos os serviços prestados não só a esta secção como ao Brasil”.
A força de vontade desta enfermeira, apesar de ter baixado em duas oportunidades, Ondina fez questão de retornar ao serviço. Em solo brasileiro o Exército Brasileiro reconheceu e condecorou a carioca filha de Luiz Lopes de Souza e Adélia Miranda de Souza, com a Medalha de Guerra e a Medalha de Campanha.
A enfermeira do centro e a 2º tenente Silvia de Souza Barros-6th Evacuation Hospital em Pistoia.
Natural do Estado do Rio de Janeiro, a filha de Sebastião Duartte e Eunice de Souza Barros, diplomou-se na 1ª Turma do Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE) e partiu para o Teatro de Operações de Guerra Europeu no dia 06 de agosto de 1944.
Até receber a ordem de embarque no Navio James Parker para retornar ao Brasil, no dia 03 de outubro de 1945, Silvia serviu exemplarmente na Clínica Médica, Cirurgia e Salas de Operações dos seguintes Hospitais de Sangue Norte-Americanos: 105th Evacuation Hospital, em Cevitavecchia; 38th Evacuation, em Marzabotto e Parola; 16th Evacuation Hospital, em Pistóia; 15th Evacuation Hospital, em Corvella; 45th General Hospital, em Nápoles; 32nd Station Hospital, em Caserta e ainda, no 35th Field Hospital, em Sparanise (Nápoles).
O Capitão Médico, Dr Edson Hypólito da Silva, descreveu, em boletim, o seguinte elogio:
“2º Tenente Enfermeira, Silvia Souza Barros – foi notável a dedicação e carinho e a incansável operosidade que dedicou aos nossos soldados e enfermo. Sempre prestimosa e satisfeita atendeu a qualquer momento daqueles que de sua nobre profissão necessitavam, conquistando assim não só desta Chefia, como de todos aqueles que neste 35th Fiel Hospital trabalharam brasileiros ou americanos, as mais vivas simpatias. A esta patrícia, meus mais efusivos louvores e agradecimentos pela colaboração que me prestou”.
Pelos excelentes serviços prestados, a enfermeira febiana recebeu do Exército Brasileiro a condecoração de Medalha de Campanha e Medalha de Guerra.Seu licenciamento do Serviço Ativo do Exército em 22 de dezembro de 1945.
A enfermeira da direita Virginia Maria de Niemeyer Portocarrero-16th Evacuation Hospital em Pistoia.
Filha do autor do Hino da Enfermeira do Exército, General Tito Portocarrero e Dinah de Niemeyer Portocarrero, Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero, é carioca nascida na capital do Rio de Janeiro – RJ, ntigo Distrito Federal. A enfermeira veterana formou-se no Curso de Enfermagem Samaritana e se qualificou no Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE).
No dia 02 de Junho de 1944, Virgínia passou a disposição do 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira, seguindo para Nápoles – Itália, no dia 07 de Julho de 1944, via aérea, como uma das integrantes do 2º Grupo.
Cumpriu missões, nas Enfermarias de Cirurgia e Sala de Operações, nos seguintes Hospitais de Sangue Norte-Americanos do front Italiano: 182th Station General Hospital, em Nápoles; 105th Station Hospital, em Cevitavecchia; 64th General Hospital, em Ardenza; 38th Evacuation Hospital, em Cecina (Santa Lucce), Florença e Pisa; no 24th General Hospital, em Marzabotto e Parola; 16th Evacuation Hospital, em Pistóia concluindo sua missão no 15th Evacuation Hospital, em Corvela. Em todas as unidades hospitalares foi classificada ora nas enfermarias de Cirurgia, ora nas Salas Operações.
No dia 02 de novembro de 1944, recebeu o seguinte elogio em boletim interno número 35, do Major Médico Dr Ernestino Gomes de Oliveira: "É como exemplo digno de ser seguido como padrão para todos os que se sacrificaram pela causa da liberdade e serviço do Brasil, tenho muita satisfação de elogiar e louvar a enfermeira Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero, destacou-se pela capacidade de trabalho, dedicação e carinho com que atende aos seus pacientes durante a madrugada de calamidade, bem assim no dia consecutivo, tendo sempre uma palavra de conforto para os doentes mais graves, encarnando bem o papel de enfermeira brasileira, a sua ação foi de grande eficiência, não só profissional como na parte administrativa, recolhendo logo no inicio da catástrofe, juntamente com outra colega, toda documentação e medicação necessárias aos pacientes, tornando-se assim fácil a missão de seu chefe".
Regressou da Itália, no dia 07 de julho de 1945, sendo condecorada pela Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira com a Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes e, pelo Exército Brasileiro, com a Medalha de Guerra e Medalha de Campanha. Virgínia foi licenciada dia 23 de junho de 1945.Referencias biográficas:
"A serviço da pátria: a mobilização das enfermeiras no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial".
"Álbum Biográfico das Febianas". Pesquisa da II Grande Guerra Mundial, (Batatais- São Paulo). Rio de Janeiro: Mauro Familiar, 1976.
O Resgate FEB.