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Channel: O RESGATE FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA
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Cinto de campanha "NA" - F.E.B

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Cinto de combate "NA"utilizado pela FEB na campanha da Itália.Pertenceu ao febiano, então 1º tenente FELIX BARTHOLINI CÁCCAVO.
Era usado mais em combate e nele eram fixados coldre, cantil, porta-curativo individual, baioneta, faca e etc.

(acervo O Resgate FEB)
Porque NA?
Foram muitos os materiais fabricados no Brasil e utilizados na Itália.Desta forma que surgiu o cinto "NA", era o cinto produzido no Brasil especialmente para FEB em 1944.Copiado dos padrões americanos dai designação "NA" que quer dizer NORTE AMERICANO.Foi feito de modo para padronizar aparência dos expedicionários assemelhando aos americanos e aos equipamentos americanos entregues aos brasileiros na Itália ajustarem ao nosso cinto.Vários equipamentos de lona como a mochila, bornal, coldre, cantil e etc foram fabricados no Brasil e levados para Itália.

(clique na foto para ampliar)
Pesquisa: forúm  "História Militar e Militaria Brasileira"(facebook)

Expedicionário José Edgar Eckert

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Nasceu no dia 11 de maio de 1920, em Selbach,RS.Filho de José Marcolino Eckert e Eugênia de Migheli Eckert.
Em 1923 seus pais migraram para Pinhalzinho, RS, com o objetivo de criar uma indústria madeireira.
Em 1939 ingressou no Exército em Passo Fundo, RS, no 3º Batalhão do 8º Regimento de Infantaria.
Em junho de 1939 foi transferido para Cruz Alta, RS. Em novembro do mesmo ano o Exército o transferiu para o Rio de Janeiro, que na época a capital do Brasil.
Neste período, José Edgar já era 2º Sargento do Exército.
No dia 22 de setembro de 1944, embarcava para a Europa, integrando a Força Expedicionária Brasileira (FEB) sob o comando do então General Mascarenhas de Morais.
Na Itália lutou na Segunda Guerra Mundial, tendo lutado e participado das principais batalhas, culminando com a histórica Batalha de Monte Castelo no dia 21 de fevereiro de 1945.
Em 1946 deixou o Exército, recebendo as seguintes condecorações:
- Medalha Cruz de Combate 2º classe - 1961
- Medalha de Campanha - 1946
- Medalha de Guerra - 1947
- Medalha Marechal Mascarenhas de Morais
Diploma de Membro de Honra do 5º exercito americano - 1998

Em 17 de agosto de 1946, José Edgar casou com Zilmarina Dornelles da Silva em Cruz Alta,RS.
Naquele mesmo o casal passou a residir em Mondaí. Nesta cidade, Mondaí, José Edgar exerceu a função de Escrivão da Paz e, mais tarde, de Tabelião e Oficial de Registro de Imóveis.
Foi nomeado 2º tenente da reserva em 1948, pelo então Presidente Eurico Gaspar Dutra.
Em Mondaí, Edgar sempre teve intensa participação comunitária e exerceu forte liderança, com a ativa co participação de sua esposa Zilmarina, a Dona Zica.
Auxiliou na organização e/ou criação de:
-Clube Ipanema
- Município Mondaí
- Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes
- Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), com a implantação do Ginásio Porto Feliz e o Curso Técnico em contabilidade.
- Curso Normal Regional, que depois foi transformado em Ginásio Normal e mais tarde no Colégio Delminda Silveira.
- Coral Santa Cecília, da Igreja católica de Mondaí, no qual atuou como regente durante vários anos.
- Coral 25 de Julho, do qual participou como fundador e integrante, entidade que tinha a frente e na liderança o saudoso Ziegefried Spaniol.

Em seu livro "Memórias de um Ex Combatente" editado e lançado no ano de 2000, Edgar faz um relato de sua participação com a FEB na Segunda Guerra Mundial.
No ano de 2002  Edgar publicou o livro "Mondaí - A história que ainda não foi contada" relatando o histórico da região, do município e da cidade de 1946 a 1973.
Faleceu no dia 4 de outubro de 2012, tendo vivido 92 anos, 4 meses e 23 dias.
Deixou enlutados, além de parentes e amigos:
- Sua esposa Zimarina da Silva Eckert, Dona Zica; 
- seus filhos Lúcia Therezinha Averbeck, Sérgio Pompílio Eckert e Antônio Luiz Eckert;
- seu genro Pedro Ludgero Averbeck e suas noras Maria Angélica Kaiser Eckert e Lendanir Bos Eckert;
- 9 netos consanguíneos e 2 netos adotivos,3 bisnetos consanguíneos e 2 bisnetas adotivas. 

Agradeço ao casal de amigos Diogo Pelles e  Luciana Cristina Averbeck Pelles (neta), pela matéria.
O Resgate FEB

Chaveiros antigos de lembranças de associações da F.E.B

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Eu vejo as lembranças de eventos como chaveiros e flamulas e neste caso especial da FEB uma volta ao passado exatamente como na ocasião e uma forma de reconstituir locais e datas dos encontros dos ex combatentes.Como eram organizados, unidos e ativos.As flamulas venho postando com regularidades algumas destes encontros dos ex combatentes da FEB.Agora mostro um interessante lote antigo de chaveiros de alguns encontros nacionais que eram distribuídos aos veteranos.
(acervo O Resgate FEB)
Descrição dos chaveiros:
1º- Da esquerda para a direita-Chaveiro de acrílico da Associação Nacional dos Veteranos da FEB secção Porto Alegre (RGS)
Verso o emblema do 5º Exercito americano.
- Lembrança dos 40 anos,  chaveiro de acrílico no formato do mapa do Brasil da ANVFEB 
- Chaveiro de acrílico de 1975 da ANVFEB seção Juiz de Fora (MG)
Frente o emblema do Senta a Púa (Veteranos do Teatro de Operações da Itália.30 anos.)
Verso ANVFEB de Juiz de Fora.com o emblema do Exercito Brasileiro.
- Chaveiro em metal do Regimento Ipiranga que atuou na Itália.
- Chaveiro de metal da Associação dos ex combatentes do Brasil em comemoração ao dia da Vitória (8/5/1945)
Frente o  V da Vitoria e as três armas  marinha, exercito e aeronáutica.
Verso a a escultura do Memorial Nacional dos Mortos na Segunda Guerra no Rio de janeiro com os soldados das três armas com os dizeres "Liberdade e Democracia".
Chaveiros antigos dos anos 60 do Batalhão Tiradentes ("onze") 11º RI de São João Del Rei (MG).
(clique na foto para ampliar)

Monumentos febianos de Caçapava SP.

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Dois belos monumentos em homenagem a FEB em Caçapava-SP do 6º BIL Regimento Ipiranga. 
Monumento instalado na Praça da Bandeira, de frente para o Fórum, no lado da praça formado pela Av Cel Manoel Inocêncio, que é a entrada principal da cidade.

 Monumento que se encontra no interior do Forte Ipiranga, de frente para o pátio Marechal Nelson de Mello
(clique na foto para ampliar)

Sugestão e fotos enviada por Reinaldo Costa Moura (Aluno 39 da Turma HERÓIS DA FEB
CFS II Ex - 1970)
O Resgate FEB


Borzeguim a bota de combate do pracinha da F.E.B

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Raríssimo borzeguim numero 42, original, utilizado pela FEB na Segunda Guerra.
Quando da desmobilização da FEB, os borzeguins foram devolvidos ao Exercito, mas alguns pracinhas foram autorizados a mantê-los, assim continuaram usado-os nos afazeres do dia a dia. O couro desse borzeguim foi hidratado, engraxado e teve alguns rasgos consertados. Esses cuidados foram providenciais, afinal e um dos poucos sobreviventes para contar a história!
(acervo O Resgate FEB)

(clique na foto para ampliar)
A FEB foi equipada com quatro tipos de botas diferentes ao deixar o Brasil para combater em solo italiano durante a segunda guerra.
O mais famoso dele é o borzeguim, também conhecido como "sapato do soldado". Esse sapato de cor preta, de cano médio, com cadarços trançados, calçado com ou sem perneira, fazia parte do uniforme de combate.
Os acabamentos dos borzeguins não eram resistentes e deixavam o frio e a umidade penetrarem através das costuras. Tal fato levou os brasileiros a terem elevado número de baixas devido ao "pé de trincheira".
A solução adotada pelos pracinhas à má qualidade dos calçados para enfrentar as duras condições climáticas do inverno em regiões montanhosas e com neve, foi a adoção do Overshoes: protetores de borrachas que deveriam ser calçados por cima do sapato propriamente dito, mas que, muitas vezes, foram usados diretamente no pé, que, nesse caso, aproveitando a folga, recebia meias adicionais, tecidos, palhas ou jornal para evitar a umidade e favorecer dessa maneira o aquecimento dos pés no rígido inverno italiano, que, diga-se de passagem, naquele ano foi particularmente rígido.
Jorge Nalvo, à direita, dentro de barraca com amigos do 11º RI durante a campanha da Itália engraxando seu borzeguim. (acervo da família Nalvo)
Pracinhas da FEB
(Foto tirada da Internet)

O cabo Antônio e o soldado Aristides do Esquadrão de Reconhecimento comem uma refeição sobre um M 8, calçados com borzeguims
Acervo do US National Archives reproduzido por Dennison de Oliveira.

Pesquisa:
Os uniformes de combate da Força Expedicionária Brasileira (2014/Rio)
Maj int Ivan Christie Barros de Araujo.

Pagamento no acampamento

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O salário de um soldado engajado era de 296,00 cruzeiros, equivalente a quase mil e quinhentas liras italianas (ou liras de ocupação).O soldado convocado recebia pouco mais de 80 cruzeiros. Segundo Aribides Pereira, que era engajado, recebia 200 liras, na Itália; outra cota era paga à família, em cruzeiros, e o restante era creditado em uma conta bancária, no Brasil.
Muitos pracinhas conseguiam multiplicar esse valor, pois, além da comida enlatada, recebiam chocolates e cigarros. Muitos não fumantes vendiam os cigarros para os soldados norte-americanos, aumentando a renda. Cada pracinha recebia um maço por dia. Pode parecer exagero, mas o maço de cigarros norte-americanos, dependendo da situação, podia ser vendido por até mil liras para os soldados estadunidenses. Havia também os cigarros nacionais, que eram mais fortes e mais baratos. Os cigarros não vendidos eram cedidos, graciosamente, aos amigos fumantes ou trocados por algum souvenir, com os prisioneiros alemães. Os chocolates tinham valor incalculável.
Neraltino Santos diz que, além do maço de cigarros diário que recebia e vendia por 100 liras, tinha outra fonte de renda: uma máquina Kodak, que adquiriu na Itália. “Quando descobriram que eu fotografava, vendi muitos retratos por lá. Soldados de outras baterias vinham tirar fotografias”. Recorda que, como soldado, tinha direito de depositar um número ‘x’ de liras em sua conta no Brasil. Como faturava muito mais, depositava o excedente na conta do Sargento D’Ambrósio. Desse modo, conseguiu fazer um belo pé de meia com a venda das fotografias. Esses valores, somados ao salário que recebia, permitiram que comprasse algumas cabeças de gado, após o retorno à terra natal. A título de curiosidade, Neraltino diz que um maço de cigarros correspondia ao preço de uma garrafa de champanhe francês.
Acervo de Wanda R. Pedroso (foto).
PORTAL FEB.

Ex combatente da F.E.B José Edgar Eckert

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Um painel com as medalhas, diplomas e distintivos do ex combatente José Edgar Eckert.
Nasceu no dia 11 de maio de 1920, em Selbach, RS.Filho de José Marcolino Eckert e Eugênia de Migheli Eckert.
No dia 22 de setembro de 1944, embarcava para a Europa o expedicionário José Edgar Eckert, integrando a Força Expedicionária Brasileira (FEB) sob o comando do então General Mascarenhas de Morais.
Na Itália lutou na Segunda Guerra Mundial, tendo lutado e participado das principais batalhas, culminando com a histórica Batalha de Monte Castelo no dia 21 de fevereiro de 1945.
Em 1946 deixou o Exército, recebendo as seguintes condecorações:
- Medalha Cruz de Combate 2º classe - 1961
- Medalha de Campanha - 1946
- Medalha de Guerra - 1947
- Medalha Marechal Mascarenhas de Morais
Diploma de Membro de Honra do 5º exercito americano - 1998.
(clique na foto para ampliar)



IRMÃOS DE ARMAS

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Uma foto de recordação de Jorge Nalvo ao irmão de armas Alberto Mendes Maciel de Minas Gerais onde combateram na Segunda Guerra pelo 11º Regimento de Infantaria de São João del Rei.Jorge Nalvo mas em vez de ser engajado na tropa paulista do 6º RI, acabou indo parar na tropa mineira do "onze".
(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

Enfermeiras heróinas da F.E.B

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A Força Expedicionária Brasileira (FEB), chega com mais de 25.000 combatentes para lutar na Segunda Guerra Mundial junto dos aliados.Os soldados feridos precisavam de tratamentos imediatos para que suas vidas fossem salvas.Para isso, foram enviadas 73 enfermeiras que se voluntariaram a servir na guerra e que formaram o Quadro das Enfermeiras da FEB.
"Vivendo faz-se a história.E essas brasileiras gravaram para sempre com sua vida nos campos de guerra da Itália, belas paginas na história militar do nosso Brasil" Altamira Perreira Valadares (Enfermeira da FEB).

(clique na foto para ampliar)
 Foto de Jandira Bessa de Meirelles do lado de um soldado que parece ser brasileiro, ela ficou no 7 th Station Hospital em Livorno - EVACUADAS – Via USA ou Brasil.
(clique na foto para ampliar)
Fotos de três enfermeiras febianas na Itália em Pistoia.
 A primeira da esquerda a tenente enfermeira Ondina Miranda de Souza-16th Evacuation Hospital em Pistoia
Ondina Miranda de Souza nasceu no dia 23 de novembro de 1911 na cidade de Niterói, filha de Luiz Lopes de Souza e Adélia Miranda de Souza.Matriculou-se aos 19 anos de idade na Escola Profissional de Enfermeiras Alfredo Pinto em 3 de março de 1931,após aprovação no exame de admissão,ingressando então na seção feminina da Instituição. Em 1932 quando iria cursar o segundo ano pede afastamento da Instituição retorna aos estudos aos 23 anos de idade no ano de 1935, quando pede transferência para a seção “mixta. Em 30 de dezembro de 1935 recebe o diploma de Enfermeira profissional. Em 1944, ingressou na primeira turma do Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército e formando-se em 25 de março de 1944 sendo convocada oficialmente para o front militar em 22 de abril do mesmo ano. Em 29 de outubro de 1944 embarca com destino à Itália,participando na segunda guerra , após  cruzar o oceano atlântico, apresentou-se pronta para o serviço em 17 de novembro de 1944.
No dia da exclusão do efetivo da Força Expedicionária Brasileira, o Major Chefe da S.B.H, Ary Duarte Nunes, expressou o seguinte elogio em boletim:“Enfermeira ONDINA MIRANDA DE SOUZA,  trabalhou com muita dedicação e carinho em exaustivos plantões noturnos, demonstrando sempre dedicação e desvelo para com seus pacientes. Voluntária, impôs-se pelos conhecimentos adquiridos e magníficos serviços, demonstrando sempre espírito de sacrifício e boa vontade. Representou dignamente a mulher brasileira neste teatro de operações. Louvo-a e agradeço todos os serviços prestados não só a esta secção como ao Brasil”.
A força de vontade desta enfermeira, apesar de ter baixado em duas oportunidades, Ondina fez questão de retornar ao serviço. Em solo brasileiro o Exército Brasileiro reconheceu e condecorou a carioca filha de Luiz Lopes de Souza e Adélia Miranda de Souza, com a Medalha de Guerra e a Medalha de Campanha.
A enfermeira do centro  e a 2º tenente Silvia de Souza Barros-6th Evacuation Hospital em Pistoia.
Natural do Estado do Rio de Janeiro, a filha de Sebastião Duartte e Eunice de Souza Barros, diplomou-se na 1ª Turma do Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE) e partiu para o Teatro de Operações de Guerra Europeu no dia 06 de agosto de 1944.
Até receber a ordem de embarque no Navio James Parker para retornar ao Brasil, no dia 03 de outubro de 1945, Silvia serviu exemplarmente na Clínica Médica, Cirurgia e Salas de Operações dos seguintes Hospitais de Sangue Norte-Americanos: 105th Evacuation Hospital, em Cevitavecchia; 38th Evacuation, em Marzabotto e Parola; 16th Evacuation Hospital, em Pistóia; 15th Evacuation Hospital, em Corvella; 45th General Hospital, em Nápoles; 32nd Station Hospital, em Caserta e ainda, no 35th Field Hospital, em Sparanise (Nápoles).
O Capitão Médico, Dr Edson Hypólito da Silva, descreveu, em boletim, o seguinte elogio:
“2º Tenente Enfermeira, Silvia Souza Barros – foi notável a dedicação e carinho e a incansável operosidade que dedicou aos nossos soldados e enfermo. Sempre prestimosa e satisfeita atendeu a qualquer momento daqueles que de sua nobre profissão necessitavam, conquistando assim não só desta Chefia, como de todos aqueles que neste 35th Fiel Hospital trabalharam brasileiros ou americanos, as mais vivas simpatias. A esta patrícia, meus mais efusivos louvores e agradecimentos pela colaboração que me prestou”.
Pelos excelentes serviços prestados, a enfermeira febiana recebeu do Exército Brasileiro a condecoração de Medalha de Campanha e Medalha de Guerra.Seu licenciamento do Serviço Ativo do Exército em 22 de dezembro de 1945.
A enfermeira da direita Virginia Maria de Niemeyer Portocarrero-16th Evacuation Hospital em Pistoia.
Filha do autor do Hino da Enfermeira do Exército, General Tito Portocarrero e Dinah de Niemeyer Portocarrero, Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero, é carioca nascida na capital do Rio de Janeiro – RJ, ntigo Distrito Federal. A enfermeira veterana formou-se no Curso de Enfermagem Samaritana e se qualificou no Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE). 
No dia 02 de Junho de 1944, Virgínia passou a disposição do 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira, seguindo para Nápoles – Itália, no dia 07 de Julho de 1944, via aérea, como uma das integrantes do 2º Grupo.
Cumpriu missões, nas Enfermarias de Cirurgia e Sala de Operações, nos seguintes Hospitais de Sangue Norte-Americanos do front Italiano: 182th Station General Hospital, em Nápoles; 105th Station Hospital, em Cevitavecchia; 64th General Hospital, em Ardenza; 38th Evacuation Hospital, em Cecina (Santa Lucce), Florença e Pisa; no 24th General Hospital, em Marzabotto e Parola; 16th Evacuation Hospital, em Pistóia concluindo sua missão no 15th Evacuation Hospital, em Corvela. Em todas as unidades hospitalares foi classificada ora nas enfermarias de Cirurgia, ora nas Salas Operações.
No dia 02 de novembro de 1944, recebeu o seguinte elogio em boletim interno número 35, do Major Médico Dr Ernestino Gomes de Oliveira:
"É como exemplo digno de ser seguido como padrão para todos os que se sacrificaram pela causa da liberdade e serviço do Brasil, tenho muita satisfação de elogiar e louvar a enfermeira Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero, destacou-se pela capacidade de trabalho, dedicação e carinho com que atende aos seus pacientes durante a madrugada de calamidade, bem assim no dia consecutivo, tendo sempre uma palavra de conforto para os doentes mais graves, encarnando bem o papel de enfermeira brasileira, a sua ação foi de grande eficiência, não só profissional como na parte administrativa, recolhendo logo no inicio da catástrofe, juntamente com outra colega, toda documentação e medicação necessárias aos pacientes, tornando-se assim fácil a missão de seu chefe".
Regressou da Itália, no dia 07 de julho de 1945, sendo condecorada pela Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira com a Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes e, pelo Exército Brasileiro, com a Medalha de Guerra e Medalha de Campanha. Virgínia foi licenciada dia 23 de junho de 1945.
Referencias biográficas:
"A serviço da pátria: a mobilização das enfermeiras no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial". 
"Álbum Biográfico das Febianas". Pesquisa da II Grande Guerra Mundial, (Batatais- São Paulo). Rio de Janeiro: Mauro Familiar, 1976.
O Resgate FEB.

O pracinha,uma fotografia, dois riomafrenses e muita história

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Victório Scardazan.
12 de abril de 1945, na Itália, em plena 2ª Guerra Mundial, os repórteres de guerra entrevistam o mais conhecido soldado brasileiro daquele conflito, responsável pelo comando de um seleto grupo de militares (ao qual eram atribuídas missões de alto risco), aquele homem, Rionegrense de nascimento, com o característico semblante tranquilo, com as mãos postas à cintura, na frente de seus comandados, armados e dispostos em forma de cunha, pousou para a foto que se tornaria uma das imagens mais conhecidas da participação brasileira na 2ª Grande Guerra, ali estava o Sargento Max Wolff Filho e sua patrulha.
Horas depois, aquele homem conhecido por sua coragem, tombaria sob o fogo das armas alemãs, durante o cumprimento de mais uma arriscada missão. Morte que viria a afirmar o título de herói que recebia da imprensa de guerra já em vida, imortalizando o título, imortalizando o nome e imortalizando também a imagem registrada naquela foto.
Uma fotografia que os olhos riomafrenses apresenta outro rosto familiar, além da figura de Max Wolff, cuja configuração da própria fotografia tende a dirigir a atenção principal de quem observa, há a presença de outro conterrâneo nosso; ali, de arma em punho, o terceiro da direita para a esquerda a partir do Sargento, está Victório Scardazan.
Victório foi um expedicionário riomafrense que, além de integrar uma das imagens mais conhecidas do Brasil na Grande Guerra, possui uma história que pode ser considerada uma síntese das experiências vividas pelos soldados brasileiros (integrantes da Força Expedicionária Brasileira-FEB) naqueles conturbados tempos, a rotina do dia-a-dia, os anseios, as expectativas e os temores que cercavam e povoaram a mente dos nossos Pracinhas.
Às vésperas da declaração de guerra do Brasil à Alemanha, Itália e Japão, que seria motivada pelo afundamento de diversos navios mercantes brasileiros, Victório foi sorteado para prestar o serviço militar, era início do ano de 1942.
Apto nos exames de saúde, foi incorporado ao Exército e posteriormente incluído no lento processo de mobilização nacional de guerra, seguindo de trem à Curitiba e daí à cidade mineira de São João Del Rei, para o 11° Regimento de Infantaria – 11º RI, organização militar que da qual fariam parte também os riomafrenses Max Wolff Filho e Ary Rauen.
  2º Tenente Ary Rauen, Comandante de pelotão do 1º Batalhão
Em Minas Gerais, a partir daquele mesmo ano de 1942, além dos treinamentos militares, característicos da vida militar, iniciava-se a própria preparação para a guerra, tudo sob um clima interno e sentimento pessoal que mesclava as saudades de casa, da família, da namorada, à dúvida do que estava por vir, se apenas o cumprimento do serviço militar obrigatório ou a permanência e possível participação no conflito e, mesmo o difícil convívio com os companheiros de quartel, pois até que amizades fossem ali conquistadas, era comum, no início, o olhar desconfiado de muitos, sobre aqueles que fossem descendentes de imigrantes, principalmente dos imigrantes vindos de países aos quais o Brasil tinha declarado guerra.
E, foi aguardando o momento da baixa, o desligamento do Exército por ocasião do cumprimento do serviço militar, que o tempo foi passando, a mobilização nacional acontecendo, os treinamentos continuando até a ordem de organização (em agosto de 1943) e formação da Força Expedicionária Brasileira. Tropa brasileira que chegou a possuir um efetivo superior a 25.000 pessoas e que para muitos, inclusive a mídia da época, pela própria demora na sua organização, dificilmente iria combater naquele conflito, chegando-se a ironizar a situação na expressão que se tornaria célebre, de que “seria mais fácil uma cobra fumar do que a FEB ir para a guerra”.
Nessa idéia, para Victorio Scardazan, em setembro de 1944, no porto do Rio de Janeiro, após estar embarcado a dois dias em um gigantesco navio de transporte de tropas, “a cobra fumou”, o 11° RI partiu rumo à guerra na Itália.
E foi em território italiano que nosso conterrâneo teve, de certa forma gradual, contato com o fantástico e triste espetáculo proporcionado pela guerra: da visão do “cemitério” de navios afundados nas águas do porto de Nápoles; às ruínas que compunham o cenário de destruição das cidades italianas; do desconfortável transporte até Livorno, realizado em barcaças que haviam participado do desembarque Aliado na Normandia (França); do contato direto com a sofrida população italiana, cercada pela guerra, pela violência e pela fome; ao crescente sentimento da proximidade dos combates, do receio, dos temores e todas as outras tão marcantes sensações despertadas no ser humano pela aproximação da frente de batalha, lugar para onde, ao som do rugir dos canhões, se sabia, estava-se indo.
 O terceiro da direita para a esquerda a partir do Sargento Max Wolff está Victório Scardazan.
De Iola, a Guanela, a Bombiana ao Monte Castelo, da sensação de distância da guerra, quando aqui do Brasil; à destruição dessa mesma guerra ao alcance dos olhos; do barulho das explosões captadas pelos ouvidos ao calor do envolvimento nas batalhas; dos tiros, aos amigos, aos companheiros, aos mortos, aos mutilados, ao frio da neve; à eternização na fotografia da Patrulha do famoso, do herói e conterrâneo Sargento Wolff; ao retorno ao Brasil, à sua família e a sua terra; Victório viveu as alegrias, ao medos, as tristezas, as dores do soldado brasileiro, vivenciou um pouco daquilo que hoje temos por algumas das principais características da participação brasileira na 2ª Guerra Mundial.
E, se a participação em um grande conflito, onde se convive diariamente com as incertezas, com o contínuo risco de morte, com a luta contra o inimigo e contra as próprios sentimentos, já seria por si, algo impressionante, é sempre interessante e importante saber, que um homem comum, simples, que viveu aqui em Riomafra junto de nós, como é o caso de Victório Scardazan, mais do que simplesmente combater, o fazia em nome da “liberdade”, conforme, ele mesmo, de forma particular e despretensiosa, deixou descrito em suas anotações pessoais.


Fonte: Fábio Reimão de Mello (Professor e historiador) 
blog:Guia Riomafra

Revista do Expedicionário.

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Difícil de encontrar em bom estado com 52 paginas"Revista do Expedicionário"na capa o desenho da "Cobra Fumando"feito por Walt Disney.uma revista dos filhos do Paraná que combateram pela honra, dignidade e soberania do Brasil.Numero comemorativo da 1º Convenção Estadual do Expedicionário Paranaense, realizada em Curitiba de 19 a 21 de fevereiro de 1948 e III Aniversário da Tomada de Monte Castelo. 
(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

Distintivo "A cobra fumando" modelo 1949.

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Baseadas no Regulamento de Uniformes do Pessoal do Exército(RUPE) de 1949, por objetivo de regular seu uso, posse e confecção.Estabeleceu as dimensões e formato do distintivo permitido aos veteranos da FEB que continuaram no serviço ativo que usassem um distintivo da cobra fumando no ombro direito, era menor que os usados na campanha da Itália.
Este distintivo da foto, muito bem conservado e do ano de 1949, bordado a mão.
(acervo o Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

27º ENCONTRO NACIONAL DE VETERANOS DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA - Santa Rosa -RS

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A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial trouxe uma grande contribuição para 
a paz Mundial e uma significativa projeção brasileira no cenário internacional. 
Força Expedicionária Brasileira (FEB), Composta de mais de 25.000 homens e mulheres, foi responsável pela unica participação de um país sul-americano na Campanha da Itália em 1944/1945. durante a Segunda Guerra Mundial.

E para recordar o legado desta participação e exaltar os feitos dos nossos Heróis que estiveram na Itália lutando contra o nazi-fascismo, que começaram os encontro anuais dos Veteranos da Segunda Guerra Mundial.
No final de cada  encontro é escolhido a próxima cidade a sediar o encontro.
No ano passado foi realizado o Encontro na cidade do Rio de Janeiro, onde foi indicada do próximo encontro.
Esse ano nas comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, o 27º Encontro foi em Santa Rosa - RS  de 18 à 21 de Novembro de 2015.
Um Encontro que vai ficar marcado na história, pois foi a primeira vez que foi realizado fora das grandes cidades e justamente quando estamos comemorando os 70 anos do termino da Segunda Guerra Mundial.

Contou com a participação de alguns veteranos, filhos, filhas e parente, alguns membros de Reencenação histórica e simpatizantes.
A cada encontro o número de participante cresce com o interesse dos familiares e principalmente das filha (os) dos veteranos que estão valorizando e mostrando para os brasileiros quem são os verdadeiros HERÓIS do nos Brasil. 
O 27º Encontro teve a seguinte programação:
Recepção com grupo de dança regional, Exposição de Veículos Militares Históricos, Encontro de Reencenadores da FEB, Culto Ecumênico, Solenidade de Abertura do XXVII Encontro, Exibição do Documentário "Cb Weber" (Reaser), Turismo local, Palestra "Os direitos dos Ex-Combatentes e seus dependentes com o Dr. Marco Aurélio Rosa, Inauguração  dos Monumentos Temáticos, Solenidade  Militar no 19o RCMec, Seminário "O futuro e as Perspectivas das Associações de Veteranos e Ex-Combatentes da FEB, Exibição do filme "A Estrada 47", Visita ao loteamento "Montese", Reinauguração do Monumento ao Expedicionário em Santo Ângelo na praça Central com visita a Catedral. Visita ao Museu Mal Rondon/ 1o BCom - Santo Ângelo onde tem uma sala dedicada a FEB e Visita as Ruínas de São Miguel das Missões.
Tivemos  também apresentações artísticas: Banda Municipal de Horizontina, Grupo Folclórico Russo TROYKA de Campina das Missões, Grupo de dança Alemã Immer Lusting e Etnia Afro de Percussão Batuque na Cozinha, Grupo de Dança Tradicionais do CTG Chama Crioula, apresentação do cantor Ademar Pereira e apresentação do Coral de Índios Guaranis.
Matéria: Isalete Leal que participou do evento.
O Resgate FEB.

72º aniversário do Esquadrão Tenente Amaro.

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No dia 07 de Dezembro de 2015 foi comemorado o 72º aniversário do Esquadrão Cavalaria Leve – Esquadrão Tenente Amaro.
Museu Capitão Pitaluga
O 1º Esqd de Cavalaria Leve, Conhecido como Esqd Tenente Amaro é uma unidade do Exercito Brasileiro que está localizado na cidade de Valença – RJ. Vinculada à 12a Brigada de Infantaria Leve (Aeromóveis) Sediada em Caçapava. Sendo o atual comandante o Major de cavalaria Daniel Vargas.
Os veteranos da Segunda guerra Mundial Sr. Luiz Afonso Rodrigues e Sr.Francisco Conceição Leal
O nome do Esquadrão é em homenagem ao 2º Ten Amaro Felicíssimo da Silveira que tombou em combate em 1944 em Gaggio Montano, durante a Segunda Guerra Mundial.
Foi criado no Esquadrão o Museu Cap Pitaluga, com inauguração no dia 13 de Novembro de 2002, para preservar a história de uma época marcante da presença e participação efetiva do Brasil na Campanha da Itália. Como também da cavalaria brasileira representada pelo 1º Esqd Rec.

Estiveram presente a solenidade o Gen Cunha da 12a Brigada de Infantaria Leve, Gen Toffel da DPHCEx, representantes do CVMARRJ – Preservadores de veículos militares antigos, Os veteranos da Segunda guerra Mundial Sr. Luiz Afonso Rodrigues e Sr.Francisco Conceição Leal , parentes de veteranos, a secretária Elen Vasconcellos da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil Seção Valença e Autoridades Civis.
Matéria : Isalete Leal.

3º Sargento Dermeval de Souza Gil, herói da FEB.

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O 3º Sargento Dermeval de Souza Gil, identidade militar 220913, classe 1920 do 1º Regimento de Infantaria.Embarcou para Itália em 20 de setembro de 1944.Natural de Niterói (RJ), filho de Justino de Sousa Gil e D.Carolina Sampaio Peçanha.
Faleceu afogado quando realizava exercício de sua sub-unidade, num ponto da margem norte do Rio Pó, no dia 16 de maio de 1945 em Piacenza, Itália, foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro de Pistoia.Seu pai Justino de Souza Gil recebeu a carta do Ministério da Guerra em 2 de outubro de 1959, tratando do repatriamento dos restos mortais do o 3º Sgtº Dermeval de Souza Gil para o Brasil para ser sepultado mausoléu aos heróis da pátria no Rio de Janeiro, conhecido como Memorial Nacional aos Mortos da Segunda Guerra, mas optando em sepultar seu filho no cemitério de São Gonçalo (RJ).
(clique na foto para ampliar)

Cartão de natal de 1944 do sargento Dermeval a sua irmã.
(clique na foto para ampliar)
Colaboração dos sobrinhos do Sargento Dermeval Souza Gil, Sansão Gil e Germano Gil da Silva.
O Resgate FEB

Divisa de cabo da F.E.B

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Rara divisa de cabo da FEB.
(acervo o Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

A foto do Cabo Edson Leite de Araújo Cavalcante com a divisa de cabo no seu uniforme.
(Foto de estúdio  para ilustrar, não sei indicar a origem)

Drama de militares brasileiros internados nos EUA na Segunda Guerra

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Episódio obscuro da história, a internação de cerca de 250 pacientes brasileiros em hospitais dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial vem à tona por meio do historiador Dennison de Oliveira, que acaba de lançar pela editora Juruá o livro Aliança Brasil-EUA – Nova História do Brasil na Segunda Guerra Mundial. O capítulo “Pacientes brasileiros internados nos EUA” trata do que o autor considera uma das faces mais trágicas da documentação a que teve acesso nos Arquivos Nacionais dos EUA em Maryland. Negligenciados pelo governo do Brasil, os feridos de guerra brasileiros recebiam daquele país resgate e atenção médica.
“Sabe-se que começa nesse momento uma das etapas mais importantes do processo de reintegração social do ex-combatente, que é sua recuperação e reabilitação motora e/ou sensorial. É lamentável que essa etapa tenha sido conduzida de forma tão inadequada e mesmo desrespeitosa para com aqueles que sacrificaram em prol da pátria sua saúde e felicidade no exercício do serviço militar em tempo de guerra”, afirma Oliveira. Em entrevista ao blog de HCS-Manguinhos, ele conta como foi o trabalho de pesquisa e o que descobriu.
Amputado não identificado da FEB. Acervo do OCIAA, NARA II, Maryland, EUA.
Sabe-se quantos brasileiros foram levados para tratamento nos EUA na Segunda Guerra?
O que dispomos, ainda hoje, são estimativas. Numa anotação rascunhada, anexa à História da Força Expedicionária Brasileira que o comando do Exército dos EUA no Brasil redigiu ao final da guerra, lê-se que teriam sido 776 os pacientes brasileiros evacuados da Itália para o Brasil, dos quais “pequeno número” teria antes passado por hospitais militares dos Estados Unidos. Com base nas pesquisas que realizei nos Arquivos Nacionais estadunidenses em setembro de 2014, estimo que cerca de 250 pacientes brasileiros foram internados em diferentes hospitais mantidos pelas forças armadas dos EUA naquele país durante a Segunda Guerra Mundial.
Onde eles foram resgatados?
Uma vez removidos dos hospitais militares por toda frente de batalha da Campanha da Itália, seguiam para o porto de Nápoles. De lá eram embarcados em navios-hospitais até os EUA, onde eram internados em três diferentes hospitais militares, especializados respectivamente em doenças psiquiátricas, fraturas e amputações.
Por que foram levados para os EUA e não para o Brasil?
Os pacientes removidos para os EUA eram os casos mais sérios que demandavam tratamento especializado, àquela época não disponível no Brasil. Os termos e condições que deveriam presidir a escolha dos pacientes a serem removidos para os EUA, a maneira pela qual seriam tratados, quando e de que forma deveriam ser repatriados jamais foram formalmente acordadas entre as autoridades do Brasil e dos EUA. Estas questões de importância fundamental para a saúde, o futuro e a felicidade dos veteranos de guerra brasileiros deveriam ter sido formalizadas numa resolução a ser emitida pela Comissão Conjunta de Defesa Brasil-EUA, com sede em Washington. Esta comissão e sua congênere no Brasil, a Comissão Militar Conjunta Brasil-EUA, com sede no Rio de Janeiro, foram tema de meu projeto de pesquisa de pós-doutorado, que motivou viagem de estudos aos EUA. No decorrer da pesquisa ficou claro que jamais foi assinado tal acordo, dando, na prática, carta branca às autoridades militares dos EUA para decidirem a respeito do destino dos pacientes brasileiros, incluíndo se deveriam ou não seguir para tratamento naquele país. Em contraste, já em 1942 as autoridades militares dos EUA formalizaram, através de uma resolução baixada pela comissão em Washington, a forma pela qual funcionariam as enfermarias e hospitais de campanha que haviam instalado em cidades brasileiras como Natal, Belém e Recife. Esses estabelecimentos médicos destinavam-se a atender feridos e doentes estadunidenses, tanto oriundos do pessoal militar que trabalhava nas bases aéreas e navais mantidas pelos EUA no Brasil, quanto das tripulações de aeronaves que faziam a ponte aérea com a África, uma ligação de importância vital para a logística dos países Aliados então em luta contra as potências do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial.
Qual foi a postura das autoridades brasileiras em relação aos pacientes internados nos EUA?
A lista de irresponsabilidades, descasos e omissões é tão grande que seria mais fácil falar o que o Brasil fez pelos seus ex-combatentes internados em hospitais dos EUA: quase nada. Veteranos de guerra de ambos os sexos (combatentes e enfermeiras) demandando internamento hospitalar começaram a chegar aos EUA no final de 1944 pegando de surpresa os membros brasileiros da comissão em Washington que, inicialmente, nada podiam fazer por eles. Todos os pacientes careciam de roupas íntimas, uniformes, intérpretes, médicos e enfermeiras brasileiros, próteses e membros artificiais permanentes e soldos para pagarem pequenas despesas.
Ferido da FEB não identificado. Acervo do OCIAA, NARA II, Maryland, EUA.
Com muito custo e depois de um tempo considerável conseguiu-se do Ministério da Guerra no Brasil o atendimento, tardio e parcial, de algumas dessas demandas. A demora em enviar uniformes do Brasil para os internos em hospitais dos EUA significou que eles passariam todo o tempo vestindo pijamas. Isso os impedia de sair do hospital para participar dos passeios e visitas a locais de lazer que lhes eram oferecidos pela Cruz Vermelha estadunidense e certamente os expunha a sentimentos como vexame e tédio, além de ser fonte de ressentimento.
Também jamais foram-lhes enviadas as medalhas por terem se ferido em combate ou se distinguido em ações de guerra, e nem mesmo os distintivos nacionais que teriam sido importantes para elevar seu moral. Os poucos membros brasileiros da comissão conjunta em Washington se esforçavam em visitar seus compatriotas internados, mas parece claro que sua atuação como intérpretes foi claramente insuficiente. Só a muito custo se conseguiu o envio do Brasil de médicos para fazer a triagem de pacientes para os hospitais dos EUA e para acompanhá-los de volta ao Brasil.
Das 72 “enfermeiras” enviadas pela FEB, apenas cinco tinham formação na área. Acervo do OCIAA, NARA II, Maryland, EUA.
As enfermeiras jamais foram enviadas, apesar dos repetidos protestos contra a má atuação dos enfermeiros brasileiros no trato com os internados. A situação nesse aspecto era tão ruim que a enfermeira Heloisa Villar, internada num hospital dos EUA para se recuperar de doença adquirida em campanha, resolveu voluntariamente permanecer nos EUA para ajudar a atender os pacientes brasileiros após receber alta.

A questão dos soldos também foi fonte de problemas, sendo pagos tardiamente, impedindo durante muito tempo os pacientes de realizarem pequenas despesas do seu interesse. Nesse aspecto quem mais sofreu foram os subtenentes brasileiros. Deles eram cobradas diárias nos navios hospitais dos EUA com se fossem oficiais, prática adotada na hierarquia militar dos EUA. Contudo, de acordo com a hierarquia brasileira, eles deveriam receber vencimentos correspondentes aos soldos pagos aos praças, o que certamente representou mais uma fonte de conflito para as autoridades militares do Brasil resolverem nos EUA.
Mas nada se compara à angústia pela qual passaram os mutilados de guerra, que dependiam de próteses e membros artificiais para suas atividades diárias. Não havia garantias de que o governo brasileiro iria pagar por isso quando deixassem os hospitais dos EUA de volta ao Brasil. A própria volta ao Brasil não foi garantida pelo governo Vargas. Muitos meses após o fim da Segunda Guerra Mundial ainda haviam dezenas de pacientes brasileiros obrigados a viver como exilados em hospitais dos EUA, face à indiferença do governo para com o seu destino. Foi somente apelando por carta diretamente à filha de Vargas que os últimos sessenta internos brasileiros conseguiram afinal voltar à pátria em fins de 1945.
Como os EUA lidaram com a situação?
Na ausência de qualquer acordo formal, as autoridades estadunidenses se esforçaram em oferecer aos pacientes brasileiros rigorosamente o mesmo tratamento que dedicavam aos seus próprios internados.
Aliás, se não fosse pela atenção e cuidado que dedicaram aos brasileiros, provavelmente todos eles teriam morrido de frio. É um alívio, mas também um constrangimento, constatar na documentação pesquisada o cuidado que as autoridades dos EUA no Recife dedicaram aos enfermeiros brasileiros em trânsito para hospitais daquele país. Percebendo que os uniformes brasileiros eram claramente insuficientes para suportar o inverno em Nova York, se apressaram em retirar dos seus próprios estoques as roupas e agasalhos que foram fornecidos ao pessoal médico. Como resultado, médicos, enfermeiros e pacientes brasileiros nos EUA ficaram a maior parte do tempo usando fardamentos do exército norte-americano, o que certamente foi mais uma fonte de vexames e conflitos para todos eles.
Autoridades de Washington comunicavam aos seus colegas brasileiros as necessidades dos compatriotas feridos e doentes em diversos hospitais dos EUA. Estes, por sua vez, apelavam ao Ministério da Guerra para verem atendidas pelo menos as necessidades mais essenciais dos internados, obtendo nessa missão sucesso apenas relativo. Não cabe dúvida sobre nossa dívida de gratidão para com as autoridades dos EUA nessa questão. Se tivessem se mostrado indiferentes, nossos doentes e feridos de guerra teriam sofrido ainda mais, de forma cruel e desnecessária.
Jipe da FEB transportando feridos em combate para o hospital. Acervo do OCIAA, NARA II, Maryland, EUA.
Qual a importância desse episódio no contexto do livro?
O que se pode concluir das evidências colhidas pela pesquisa que deu origem a esse livro é que o entendimento da história dos veteranos e veteranas de guerra da FEB em seu processo de reinserção social começa no tratamento que receberam nos hospitais militares estadunidenses durante e depois da Segunda Guerra Mundial. Do grau de sucesso desse tratamento é que se entende o maior ou menor êxito do processo de reintegração social desses ex-combatentes na vida civil no pós-guerra. Esse episódio tem também muito a nos ensinar sobre a história das relações internacionais militares do Exército Brasileiro. É de se esperar que, no futuro, mais eventos, episódios e personagens envolvidos com o tema se tornem objeto de pesquisa dos historiadores.


Fonte:
Dennison de Oliveira também publicou pela Editora Juruá os livros “Os Soldados Brasileiros de Hitler” (2008), “Os soldados alemães de Vargas” (2008), “O Tunel do Tempo: um estudo de História e Audiovisual” (2010) e “História e Audiovisual no Brasil do Século XXI” (2011). Leia sobre o livro Aliança Brasil-EUA – Nova História do Brasil na Segunda Guerra Mundial no site da editora Juruá.
Fotos: Acervo do OCIAA / National Archives and Records Administration II
Colaborou: André Felipe Cândido da Silva

Marina Lemle | Blog de História, Ciência e Saúde-Manguinhos

Medalha Sangue de Combatente - F.E.B

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Medalha comemorativa Sangue de Combatentes em Defesa da Pátria da Associação Ex Combatente da Segunda Guerra Mundial de Terresina (PI).
(Acervo O Resgate FEB)
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O Padioleiro

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"O soldados a serviço da saúde estão entre os menos lembrados. Para os expedicionários eles nunca serão esquecidos.Eram soldados que combatiam sem armas, e que tinham a missão de resgatar, atender, transportar feridos para a segurança da retaguarda e muitas vezes sob fogo inimigo. Os padioleiros atendiam feridos brasileiros, americanos, civis italianos e ate mesmo soldados alemães.Padioleiros é aquele que no campo de batalha procura cuidar dos feridos.A FEB perdeu oito padioleiros mortos na Segunda Guerra".
(clique na foto para ampliar)
Foto do padioleiro da FEB Osvaldo em novembro de 1944.
(acervo o Resgate FEB)


Funeral do Marechal Mascarenhas de Moraes

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